Aos 24 anos, o artista visual Matheus Opa prepara-se para um enorme desafio na carreira. O jovem, criado no Entorno do Distrito Federal e formado pela Universidade de Brasília (UnB), embarcará rumo à Alemanha, após ser selecionado no mestrado da prestigiada Bauhaus. Para realizar o sonho, o rapaz lançou uma campanha de financiamento coletivo.
O projeto Viada (B)errante, que pesquisa vivências da homossexualidade do interior de Goiás, é uma espécia de resposta à trajetória de Matheus. O artista enfatiza o desejo de discutir questões ligadas à sexualidade, mas também explorar a riqueza cultural do Centro-Oeste.
“Por muito tempo, nós, os viados goianos, negamos nossas origens, história, voz, trejeitos, vivências e imagens, que só o interior do Goiás poderia trazer. Vindos de cidades como Abadiânia, Formosa, Luziânia e Cabeceiras somos, desde pequenos, apresentados a histórias do folclore local; cantos do sertanejo; a presença marcante feminina de Roberta Miranda; roupas de festividades religiosas; instrumentos como o violão, viola e o berrante”, explica Matheus.
A ideia de recorrer ao crowdfunding veio por conta da falta de apoio do Estado. “Infelizmente, os recursos governamentais do Brasil para artistas são escassos. Minha mãe, que me criou sozinha, não tem condição de pagar para eu passar uma temporada tão grande na Europa. Espero arrecadar o suficiente para os primeiros meses e depois tentar um emprego”, conta.
A resposta da instituição alemã veio nessa quinta-feira (17/5) – Dia Mundial de Combate à Homofobia. A data, na avaliação de Matheus, é um sinal de que a luta por um Brasil mais tolerante não se encerre;