Refugiados em botes ao alto-mar, famílias islâmicas mostrando fotos de parentes desaparecidos, crianças com roupas puídas em meio a um cenário decadente olhando para a câmera com seus grandes e curiosos olhos. Essas são algumas das cenas que podemos verificar nas fotografias de Sebastião Salgado apresentadas na mostra “Êxodos”.
Parecem cliques banais, comuns ao cotidiano do mundo atual – marcado por crises humanitárias, políticas, religiosas e sociais. Mas, não. Quem prestar atenção nas legendas das fotos perceberá que boa parte foi clicada durante os anos 1980 e 1990. E é nessa questão que se encontra o cerne da exposição: mostrar como o mundo gira em torno do mesmos problemas há décadas.
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“As fotos voltaram à tona porque percebemos que ainda é possível deliberar sobre um problema de 30 anos, pois ele ainda é atual. Mostrar a motivação da mudança pela necessidade é contar a história do mundo por meio da humanidade em movimento”, explica Rose Lima, uma das curadoras da mostra.
Beleza e denúncia
Esse clima de desesperança na busca de um mundo melhor é aliviado pela precisão técnica do mestre brasileiro. Seus registros são tão bem feitos que é possível, sim, enxergar beleza na dor e no sofrimento em cada um dos retratados.
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O arranjo da mostra por espaços geográficos (África; Megacidades) e por temas (Refugiados e Migrados; Luta pela Terra; Retratos de Crianças) acentua o primor técnico das fotografias. Já conscientes dos cenários, os visitantes focam a observação nas feições das pessoas, no drapeado das roupas e nos ares poeirentos que margeiam cada um dos personagens.
Em “Êxodos”, a monumentalidade comum às fotografias de Sebastião Salgado ganham um novo sabor pelo tom de denúncia e pela permanência histórica dos elementos apresentados. Aqui, o artista nos faz recordar porque ele ainda é tido como um dos maiores mestres da fotografia ainda vivos.
“Êxodos” – Sebastião Salgado
Até 29 de outubro, na Caixa Cultural Brasília – Galeria Vitrine (SBS – Quadra 4 – Lotes 3/4). Visitação das 9h às 21h (de terça a domingo). Entrada franca. Classificação indicativa livre