Cinco jovens gays de São Paulo não esperavam, no fim do ano passado, que suas vidas mudariam da noite para o dia. Tchelo Gomez, Guigo, Murillo Zyess, Harlley e Lucas Boombeat seguiam carreira solo, mas o destino decidiu juntá-los no grupo Quebrada Queer.
O sucesso dos artistas começou com a música que dá nome ao grupo, publicada no YouTube em junho deste ano. Na rede social, o videoclipe acumula mais de 1,5 milhão de visualizações, e o triunfo dos amigos não para por aí.
Primeiro grupo de rap gay do Brasil fará show em Brasília
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Originalmente composto apenas por homens, o Quebrada Queer se tornou o único grupo de rap gay do Brasil Reprodução/Instagram
Apuke, DJ e produtora do grupo, se juntou aos amigos algum tempo depois do lançamento da música Quebrada Queer Reprodução/Instagram
Apuke é uma das poucas mulheres beatmakers do Brasil Reprodução/Instagram
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O grupo se formou de repente e, em menos de uma semana, fazia sucesso no YouTube Reprodução/Instagram
Houve má repercussão por causa da letra sensível da música, mas isso fez o grupo ganhar visibilidade Reprodução/Instagram
Atualmente, o Quebrada Queer já tem uma agenda em ascensão Reprodução/Instagram
Os colegas de carreira farão a primeira turnê do grupo nos próximos dias Reprodução/Instagram
Os músicos pretendem lançar um EP com 5 músicas até o fim do ano Reprodução/Instagram
De acordo com Guigo, um dos integrantes, a agenda do grupo está crescendo aos poucos, e, no mês de setembro, o Quebrada fará sua primeira turnê, em Salvador, entre os dias 5 e 10 de setembro. Logo após, no dia 16, os músicos estarão em Brasília.
Contudo, para conquistar os holofotes não foi nada fácil. Para se tornar o único grupo de rap gay do Brasil, os integrantes precisaram passar por cima de críticas dentro até mesmo da comunidade LGBTQ+.
Para barrar o preconceito, Guigo conta que a união dos amigos foi fundamental nesse início de carreira. “A mensagem principal do Quebrada é a união. As pessoas precisam se abrir para o diferente, porque a gente consegue conviver melhor em sociedade”, destaca o cantor.
Ameaças de morte
Nem todos entendem o recado do rap feito pelo grupo e ameaças de morte chegaram a aparecer nas redes sociais de Guigo. “Quando recebi essas ameaças, morria de medo de contar para os outros. Um dia não aguentei e mandei mensagem para o Tchelo”, desabafa o rapaz.
Com o apoio dos colegas de trabalho, o Quebrada agora é sinônimo de resistência. “A gente fala sobre religião, homofobia, questões raciais. Tentamos mostrar que podemos abrir espaço para o novo e, quando isso acontece, você se abre tanto para você quanto para os outros”, diz Guigo.
Família e trabalho
A princípio, de acordo com Guigo, a família dos amigos não curtiu muito a ideia de um grupo musical. “Para a família, é difícil apoiar porque o mundo da música é muito instável, os pais querem que os filhos tenham um futuro mais seguro”, explica o artista. Ele concluiu, porém, que atualmente o Quebrada tem total apoio dos entes queridos.
Sobre o progresso na carreira, Guigo revela que o grupo pretende lançar um EP no final do ano. Ainda cantando músicas da carreira solo de cada um nos shows, o Quebrada quer ter cinco canções conjuntas.
O sonho pode se realizar muito rápido, já que a coletividade, antes composta por cinco jovens, ganhou um sexto integrante recentemente. Apuke, a única mulher, é a produtora e ainda atua como DJ. Além disso, a jovem é uma das poucas mulheres beatmakers (quem faz batida das músicas) do país.
Na última segunda-feira (3/9), Quebrada Queer lançou sua segunda música, Pra Quem Duvidou. Confira o videoclipe: