No ar desde maio, Segundo Sol chega ao fim tendo sido uma novela apenas regular. Não entrará para o panteão dos grandes clássicos inesquecíveis, como Roque Santeiro, Vale Tudo e Avenida Brasil – mesmo não tendo sendo tão ruim a ponto de cair no esquecimento.
A produção beira os 40 pontos de audiência na reta final. Como toda novela, teve seus altos e baixos, que se equilibram entre si, comprovando o fato de ter sido, no geral, regular. O Metrópoles fez uma análise do que funcionou e do que não deu certo na atração.
Confira:
Altos
Altos e baixos de Segundo Sol: novela acaba neste fim de semana

Altos e baixos de Segundo Sol: novela acaba neste fim de semana
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A escolha da Bahia como cenário da novela foi um acerto, para tirar um pouco do eixo Rio-São Paulo as tramas. Um dos estados com a cultura mais rica do Brasil, brilhou na telinha em imagens deslumbrantes Globo/Reprodução

O sotaque baiano dos personagens conferiu um charme todo especial à novela. Rosa (Letícia Colin), Ícaro (Chay Suede), Beto (Emílio Dantas), Ionan (Armando Babaioff), Acácio (Danilo Ferreira), Cacau (Fabíula Nascimento) e Rochelle (Giovanna Lancellotti) merecem ser citados pelo ótimo trabalho vocal que apresentaram Globo/Reprodução

Desde o início, Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto Falcão mostraram “química”, convencendo como casal. Foi um grande acerto do autor, João Emanuel Carneiro. Apesar de a atriz ser sete anos mais velha que o companheiro de cena, isso não atrapalhou. Os dois brilharam Globo/Reprodução

Rosa (Leticia Colin) confirma para ícaro (Chay Suede) que Laureta (Adriana Esteves) matou Gaudino (Narcival). Globo/Reprodução

Alguns atores brilharam. Chay Suede foi convincente e cativante como o explosivo Ícaro. Fabíula Nascimento (foto) correspondeu às expectativas que todos têm de seu talento como a sensual e extrovertida Cacau. Fabrício Boliveira (foto) conquistou definitivamente seu lugar ao sol como o vingativo e arrogante Roberval, cabendo a ele algumas das cenas mais marcantes da novela, como a humilhação imposta a Cacau na igreja. Kelzy Ecard começou tímida, apenas como mãe de Rosa e Maura (Nanda Costa), sendo maltratada pelo marido, Agenor (Roberto Bonfim), mas quando lhe foi dada oportunidade, arrasou como Nice, a mulher que grita por liberdade e conquista seu próprio espaço, tendo sido uma grata surpresa. Danilo Ferreira também brilhou como Acácio, movimentando a trama no começo da novela, mas depois foi perdendo espaço inexplicavelmente Globo/Reprodução

O triângulo amoroso envolvendo Rosa, Ícaro e Valentim (Danilo Mesquita – foto) atingiu um equilíbrio tão perfeito, que. ao final da novela, todas ainda se perguntavam sobre a resolução do conflito Globo/Reprodução

Maria Luísa Mendonça interpretou muito bem Karen, uma personagem cheia de conflitos. Ambicionava tanto a riqueza e a opulência, que acabou vivenciando todas as dores de uma família cuja infelicidade era proporcional ao dinheiro. Ela fez uma ótima dupla com Caco Ciocler Globo/Reprodução

A entrada de Renata Sorrah na reta final deu um brilho todo especial à novela. Vivendo Dulce, mãe de Laureta (Adriana Esteves), a atriz deu um show de interpretação e mostrou porque ela imortalizou personagens como Heleninha Roitman, de Vale Tudo, e Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino Globo/Reprodução
Baixos
Altos e baixos de Segundo Sol: novela acaba neste fim de semana

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Trama que sustentou boa parte da novela, a veneração em torno de Beto Falcão soou inverossímil. Afinal, é preciso muita boa vontade para embarcar na história de que um cantor baiano de um sucesso só – e cuja música havia estourado cinco anos antes – torna-se um ídolo cultuado em todo o Brasil por supostamente ter morrido em um acidente de avião Divulgação/Globo

Outro furo: se Beto Falcão se tornou um ícone nacional, como as pessoas não ficavam intrigadas com a semelhança física de Miguel – também vivido por Emílio Dantas – com o cantor? Nem Valentim percebeu isso, sendo filho de Beto e “enteado” de Miguel (Emílio Dantas)? TV Globo/Divulgação

Embora Emílio Dantas tenha dando um show de interpretação, as situações envolvendo Beto Falcão quase exigiam que fosse colado na testa dele o rótulo de “bobalhão”. Afinal, ele acreditava em absolutamente todas as mentiras contadas por Karola (Debora Secco), apesar dos péssimos antecedentes dela. Pior: não dava crédito nenhum a Luzia, rompendo com a “marisqueira” em várias situações por causa das mentiras inventadas por sua esposa Kacio Viana/Metrópoles

Deborah Secco não conseguiu encontrar o tom certo de Karola. A personagem soou caricata e over a novela inteira. Seus choros, principalmente os dramáticos, não convenceram. Esperava-se uma dobradinha arrasadora da personagem com Laureta, uma dupla de vilãs que se anunciava inesquecível, mas isso não aconteceu. Uma pena Divulgação

Faltou um vilão “clássico” à novela. Todos eles – Laureta (foto), Karola e Remy – se inclinaram muito para o humor. O público sente falta de personagens densos como Odete Roitman (Beatriz Segall) e Maria de Fátima (Gloria Pires) – ambas de Vale Tudo, o que explica esse folhetim ter se tornado inesquecível. Odilon Wagner poderia ter cumprido esse papel como Severo, mas faltou dar mais espaço a ele. Reprodução

Protagonista, Luzia (foto) acabou tendo sua participação prejudicada por ter passado muito tempo fugindo e se escondendo. Como consequência disso, a personagem não teve nem de longe o mesmo brilho da Nina (Débora Falabella), de Avenida Brasil, que também retornava à trama para se vingar Reprodução/TV Globo

A história envolvendo a sexualidade de Maura (foto) foi malconduzida. Parecia ser homossexual ao se envolver com Selma (Carol Fazu), depois acabou tendo um romance heterossexual com Ionan. Ficou grávida, não seu decidiu nem por um nem por outro, e acabou ficando com os dois

João Emanuel Carneiro acabou apelando para o lugar-comum das “paternidades surpreendentes”, que já se tornou regra nas mais diversas novelas. Mas, desta vez, a confusão foi tão grande, que acabou caindo no incesto, com Remy (foto) se envolvendo com a própria sobrinha, Karola Globo/Reprodução