Mostra Xilogravura Popular chega a Brasília e celebra arte nordestina

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    Nascida no século 19, a xilogravura é uma das mais ricas manifestações culturais do Brasil – especialmente da Região Nordeste do país. Para aproximar o brasiliense ainda mais dessa centenária técnica, o Museu Nacional da República (Eixo Monumental) recebe, a partir desta terça-feira (27/11), a exposição A Xilogravura Popular: Xilógrafos, Poetas e Cantadores.

    A mostra, que segue em cartaz até 10 de fevereiro, reúne 300 xilogravuras, além de matrizes de xilogravuras e álbuns de cordel. Por meio desse acervo, selecionado pelos curadores Edna Pontes e Fábio Magalhães, a história da cultura popular nordestina.

    Em entrevista ao Metrópoles, Edna explica o processo de seleção do material que compõe a exposição.

    Temos obras de artistas populares e eruditos, sempre com alguma afinidade com o cordel, no sentido da linguagem e da poética. São pessoas que, em algum momento da carreira, estiveram ligados a essa forma de expressão

    Edna Pontes

    Entre os nomes mais conhecidos, estão Ariano Suassuna, Dila, Jota Borges, Samico, Mestre Noza e Palito.

     

    Mudança cultural
    Ao contrário do que se pode imaginar, xilografia e literatura – os elementos que compõem o cordel – nem sempre estiveram unidos. No acervo mostrado no Museu Nacional, é possível encontrar obras independentes dos textos poéticos.

    Segundo o curador Fábio Magalhães, essa união começou na década de 1950, momento no qual intelectuais e artistas modernos despertaram interesse pela cultura popular.

    “A mudança ocorre por volta dos anos 1950, quando a xilogravura que ilustrava esses folhetos é substituída por fotos e pela zincogravura. Ao mesmo tempo, porém, os gravadores começam a receber encomendas para produzir uma xilogravura independente do cordel e começam a fazer as ilustrações em um tamanho muito maior do que o tradicional 15×7”, explica Fábio.

    Trechos das histórias de cordel também serão apresentados ao público, assim como as narrativas dos cantadores e dos repentistas. “Incluímos, também, obras de artistas plásticos que, muito embora não façam parte da denominada arte popular, produziram xilogravuras com linguagens de ‘parentesco’ com o cordel”, acrescenta Fábio.

    A Xilogravura Popular: Xilógrafos, Poetas e Cantadores
    Desta terça-feira (27/11) até 10 de fevereiro, no Museu da República (Setor Cultural Sul, Lote 2, próximo à Rodoviária do Plano Piloto), de terça a domingo, das 9h às 18h30. (61) 3325-5220. Entrada franca. Classificação indicativa livre

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