Os metroviários do Distrito Federal decidiram cruzar os braços. Após assembleia na Praça do Relógio, em Taguatinga, na noite deste domingo (14/4), a categoria decidiu estrear a temporada de greves no governo de Ibaneis Rocha (MDB). Desta forma, o transporte diário de 160 mil passageiros do DF pelo Metrô ficará prejudicado. Os trabalhadores marcaram a paralisação para 2 de maio.
Segundo diretora de Comunicação do Sindmetrô, a greve a partir do dia 2 é para dar prazo para o GDF e Metrô apresentarem uma proposta. “E por respeito a populacao por conta dos feriados do dia 21 de abril e dia 1 maio”, explicou.
Uma vez que os metroviários cruzem os braços, a greve será por tempo indeterminado. Conforme o relato de Renata, o governo retirou benefícios sociais da categoria e desrespeitou 52 clausulas sociais. “Acordos que nao cumprem desde de 2015. Acordos e ordens judiciais em descumprimento”, desabafou a sindicalista.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (Sindmetrô-DF), os trabalhadores estão há 5 anos sem recomposição salarial. Além disso, acordos coletivos, judiciais e sentenças da Justiça favoráveis à categoria não teriam sido cumpridas pelo governo.
Cobrando benefícios, reajustes e o pagamento da polêmica terceira parcela da recomposição prometida pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT), outras categorias fazem movimentos para cruzar os braços.
A lista inclui o Sindicato dos Servidores da Administração Direta (Sindireta-DF), o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e o Sindicato dos Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF). Lideranças da Polícia Militar também cogitam a retomada da operação tartaruga em busca de uma recomposição nos soldos.
Durante a campanha eleitoral em 2018, Ibaneis prometeu pagar a terceira parcela e adotar uma política de valorização salarial dos trabalhadores. Contudo, após a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), tirando do DF a arrecadação de R$ 700 milhões anuais do imposto renda dos salários pagos pelo Fundo Constitucional e cobrando a dívida de R$ 10 bilhões, o discurso mudou.
O emedebista suspendeu os pagamentos das recomposições e de outros benefícios. O GDF pretende recorrer da decisão do TCU no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas se não conseguir reverter a sentença, deverá adotar uma política de arrojo com cortes de gastos para reequilibrar o orçamento.