Ao criar a ilustração Ninguém solta a mão de ninguém e compartilhá-la nas redes sociais em um momento de instabilidade política, a artista mineira Thereza Nardelli não imaginava que o desenho acalentador e empoderado teria tamanha repercussão.
Além de ter se tornado o maior viral das eleições de 2018, a arte serviu de inspiração para diversas manifestações artísticas. A mais nova delas é um livro coletivo de mesmo nome, concebido pela jornalista Tainã Bispo. “A obra é um convite ao diálogo. Aborda a atual situação política do país de forma afetuosa e apartidária”, conta a idealizadora
Publicada pela editora Claraboia, a obra reúne diferentes gêneros literários, como poesia e crônica, em 192 páginas. As histórias são contadas por 24 autores, incluindo Renato Janine Ribeiro, ex-Ministro de Estado da Educação, e Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, vereadora brutalmente assassinada. O fio condutor dos textos é a empatia, a resistência e a bandeira colorida das liberdades individuais.
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“A mensagem que o livro busca transmitir é a de que, para combater a onda de ódio que estamos enfrentado e amadurecermos politicamente, precisamos de troca, de diálogo e de respeito”, declara Tainã.
Veia politizada
A ilustração emblemática de Thereza faz referência a uma frase dita por sua mãe, Lêda Nardelli – grande influência na veia politizada da artista. “Eu atravessava um momento difícil na vida pessoal, mas o país também passava por dificuldades. Ela virou para mim e disse: ‘ninguém solta a mão de ninguém’”, lembra.
Por esta razão, a mãe da ilustradora foi convidada a escrever um dos textos do livro. “A minha mensagem, em forma de prosa poética, é um desabafo onde conto que milito não por mim, uma mulher branca de classe média, mas pelas pessoas vulneráveis que precisam de apoio”, pontua Lêda.
Fora estampar a capa com a imagem da rosa e das mãos entrelaçadas, Thereza assina as ilustrações internas da obra, à venda nas livrarias de todo o país e no e-commerce da Amazon.
