A força-tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) conseguiu o bloqueio de R$ 113 milhões do ex-presidente da Dersa Paulo Vieira de Souza em uma conta bancária nas Bahamas. De acordo com os procuradores, essa foi a quantia identificada pelos investigadores do país caribenho, mas novos valores podem vir à tona.
Mais cedo, a Lava Jato apresentou uma nova denúncia contra Paulo Preto pela prática de lavagem de dinheiro, em 2016, no valor de US$ 400 mil. Na manifestação, a força-tarefa pede novamente a prisão preventiva de Souza, identificado como operador do PSDB.
A investigação revelou que, em 23 de maio daquele ano, Souza movimentou a quantia em contas no exterior com a ajuda do operador financeiro Rodrigo Tacla Duran. “Para a internalização do valor, houve uma operação de dólar-cabo invertida: disponibilizados os US$ 400 mil no exterior à dupla de doleiros Wu-Yu e Tacla Duran, este último realizou quatro entregas em maio e junho de 2016 do valor equivalente em reais no Brasil a Paulo Vieira de Souza”, acusa o MPF.
De acordo com a Lava Jato, as operações foram registradas em detalhe por Paulo Preto em seu celular como “Grude – OK Rui Rei”, sendo “Rui Rei” um dos codinomes utilizados pelo operador Rodrigo Tacla Duran, como admitido por ele próprio perante Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional.
A partir da conta em Bahamas, foram realizadas ao menos sete transferências, entre 2017 e 2019, que somaram mais de US$ 5 milhões, conforme discriminado na peça acusatória.
Condenações
Paulo Preto já está condenado à mais alta pena da história da Lava Jato – 145 anos e oito meses de prisão por peculato de R$ 7,7 milhões na Dersa. Ele também foi sentenciado a 27 anos e 8 dias por crimes de cartel e fraude em São Paulo.
Apesar de sentenciado em São Paulo, ele está preso desde 19 de fevereiro, no âmbito da Operação Lava Jato no Paraná, onde já foi denunciado também por lavagem de R$ 100 milhões – o dinheiro teria abastecido o departamento de propinas da Odebrecht, com o fim de pagar propinas a ex-diretores da Petrobras.
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