A pneumonia é uma infecção respiratória grave, considerada a principal causa de mortes de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, apenas em 2018, mais de mil óbitos de pneumonia foram registrados em bebês e crianças de até quatro anos. A bactéria Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo) é o agente causador de doenças pneumocócicas e é responsável por 60% dos casos de pneumonia.
A pneumonia causada pelo pneumococo é grave, mas é prevenível com a vacinação. Nesta terça-feira, dia 12 de novembro, foi celebrado o Dia Mundial contra a Pneumonia, uma data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, que tem como objetivo aumentar a conscientização e prevenção da doença.
A médica pediatra da Secretaria Municipal da Saúde de Sorocaba, Maria Fernanda Benevenuto, informa que a pneumonia é uma doença provocada por micro-organismos (vírus, bactéria ou fungo), ou pela inalação de produtos tóxicos. Ela pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, no caso do inverno, devido às mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz, responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta em maior exposição aos micro-organismos causadores da doença.
Sintomas comuns
Maria Fernanda explica que os sintomas mais comuns da pneumonia são tosse constante com secreção, onde pode haver sangue misturado, febre alta com possibilidade de atingir até 40°C, calafrios e falta de ar, ou dor no peito durante a respiração. “O diagnóstico é feito por meio do exame clínico e de raio-x do tórax.
Exames complementares também podem ser necessários para identificar o agente causador da doença”, detalha a médica. Alguns pacientes podem apresentar, ainda, dificuldade para se alimentar, apatia, prostração, e aumento da frequência respiratória. As crianças que manifestarem esses sinais devem ser levadas para atendimento médico imediato.
Transmissão e prevenção
A bactéria (pneumococo) pode ser transmitida através da tosse, espirro ou por objetos contaminados de pessoas que contraíram a doença ou que estão com a bactéria, mesmo não apresentando sintomas. Por isso é tão importante a prevenção. Segundo o médico Emersom Mesquita, gerente de vacinas da GSK (fabricante de vacinas), é comum que pessoas, principalmente crianças, sejam portadores e transmitam a doença.
“E, com isso, qualquer pessoa pode ser afetada pela doença pneumocócica. Mas as crianças com até dois anos de idade, idosos, lactentes e pessoas com doenças crônicas e baixa imunidade são as mais vulneráveis”, alerta.
A forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças é com a vacinação. O Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a administração de duas doses da Vacina Pneumocócica 10-valente (conjugada) idealmente aos 2 meses e aos 4 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses.
Já a Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a vacinação contra a doença pneumocócica em um esquema de três doses, sendo a primeira aos 2 meses, a segunda aos 4 meses e a terceira aos 6 meses de idade e uma dose de reforço entre os 12 e 15 meses de idade. A vacina pneumocócica está disponível gratuitamente nos postos de saúde.
Maria Fernanda também reforça que as formas de prevenção são simples. “Lavar as mãos regularmente, não fumar, evitar aglomerações e se vacinar. No caso das crianças, ainda, não compartilhar mamadeiras, copos e utensílios de cozinha e beber água potável.
“Atualmente, existem vacinas disponíveis para a pneumonia pneumocócica que, mesmo não sendo capazes de prevenir todos os casos de pneumonia, podem evitar as formas mais graves. A vacinação contra a gripe reduz bastante as hospitalizações por pneumonias e a mortalidade global pela doença”, destaca a pediatra.
Cobertura vacinal
Apesar da vacina estar disponível de forma gratuita no Programa Nacional da Imunizações e já ter reduzido em pelo menos 40% as internações por pneumonia, em crianças menores de 2 anos, acende-se um alerta para queda nas coberturas vacinais.
Atualmente, a cobertura vacinal está abaixo do recomendado no País, principalmente a dose de reforço. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), atualizado em setembro último, apontam que, apesar de a cobertura vacinal do esquema primário ter chegado a 93% em 2018, a dose de reforço alcançou apenas 80%. (Da Redação, com informações da Secretaria Municipal da Saúde)
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