Falta de acesso ao novo Hospital Regional oferece perigo a pedestres e motoristas

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Falta de acesso ao novo Hospital Regional oferece perigo a pedestres e motoristas
Com o hospital houve aumento no fluxo de carros e pedestres no local, mas ainda não há projeto para a implantação de passarela. Crédito da Foto: Emídio Marques (19/11/2019)

Passado mais de um mês da promessa feita pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) e do secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, de que neste mês seria resolvido o problema em relação ao acesso ao Hospital Regional Dr. Adib Domingos Jatene, pedestres continuam se arriscando na travessia da rodovia Raposo Tavares. Ainda não há nem mesmo um projeto para implantação da passarela.

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Quem precisa ir de ônibus até o local, dependendo de seu ponto de partida, precisa pular as muretas e os guard-rails da rodovia. Os ônibus de linha urbana realizam embarque e desembarque na avenida Doutor José Bella Neto, em frente ao hospital, já os intermunicipais trafegam apenas pela rodovia e sem passarelas próximas, pacientes e funcionários se arriscam para atravessar e também enquanto aguardam o transporte na beira da estrada.

Outro problema relatado por pessoas que frequentam o hospital é a dificuldade no acesso para quem vem do sentido interior-capital. Nesse caso os motoristas precisam passar direto pelo hospital, que fica no quilômetro 106 e seguir até o quilômetro 101 da rodovia (no acesso para o Ceagesp) para conseguir voltar ao km 106 no sentido oposto e utilizar a alça que leva ao hospital.

Para evitar percorrer todo esse caminho, alguns motoristas acabam fazendo conversões irregulares na alça de retorno. O trajeto até o quilômetro 101 é necessário pois os guard-rails instalados impedem a entrada direta no acesso ao hospital.

Na manhã da última terça-feira a reportagem do Cruzeiro do Sul esteve no local e durante dez minutos flagrou pelo menos cinco veículos fazendo a conversão irregular na alça que serve de retorno para o sentido capital-interior. Entre os veículos vistos trafegando na contramão, alguns eram carros e vans de secretarias de saúde de municípios integrantes do Departamento Regional de Saúde 16 (DRS-16), que faz parte da região de Sorocaba e faz o transporte de pacientes.

Desrespeito e risco

A confusão no acesso para o hospital é tanta que o aposentado Ademir Macedo, 61, depois de deixar a irmã no hospital para realização de um procedimento, resolveu ir a pé até o retorno do sentido interior-capital para ter certeza que tinha feito o trajeto correto.

“Eu vim prestando atenção e não tinha nenhuma placa indicando o hospital. Vi o retorno, mas imaginei que não podia usar porque ele só serve para mudar o sentido, então fui até lá na frente e voltei. Quase dez quilômetros a mais”, disse o homem, que veio de Capão Bonito.

Macedo lamentou a situação e disse que a falta de sinalização e acesso é um “desrespeito” com quem precisa utilizar o hospital e também lamentou o risco que os pedestres são expostos. “Quando a gente depende do serviço público acaba ficando exposto a essas situações e ninguém quer resolver o problema”, afirmou.

Depois de passar por três cirurgias cardíacas no hospital, inaugurado há um ano e meio, a dona de casa Isabelina Maria Capuchinho, 64, teme um atropelamento.

Acompanhada do marido, o aposentado Ernande Mota Capuchinho, 69, pegou um ônibus no bairro Cercado, em Araçoiaba da Serra, depois outro coletivo no centro da cidade e desembarcou na Raposo Tavares, precisando atravessar a pista que fica o retorno. “A gente é mais de idade, já não consegue correr e os carros andam rápido aqui. Uma passarela é o mínimo que podem oferecer”, apontou.

Na volta para casa, para evitar atravessar quatro pistas da rodovia, o casal deveria pegar um ônibus urbano de Sorocaba, seguir até o centro de Sorocaba e depois embarcar rumo a Araçoiaba. “Graças a Deus a gente pelo menos não paga mais passagem por já ser de idade, mas e quem precisa pagar? Vai gastar mais de R$ 20 e ainda correr tanto perigo assim?”

Projetos para melhorias seguem indefinidos

Em março deste ano, quando o Hospital Regional Dr. Adib Domingos Jatene completou um ano, os problemas no acesso já foram noticiados pelo Cruzeiro do Sul.

Na ocasião a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) informou que foi solicitado à ViaOeste, concessionária que administra a via, um estudo de acessibilidade e movimentação de pedestres para que fosse discutido a modificação no ponto de ônibus e instalação de passarela.

Sobre o acesso para veículos, a Artesp havia dito que o projeto funcional do acesso já estava aprovado. A concessionária, entretanto, disse em março e voltou a informar nesta semana, que ainda aguarda orientação quanto à definição da responsabilidade para continuidade do projeto.

A Via Oeste informou que protocolou junto à Artesp, antes mesmo da construção do hospital, o projeto para solucionar questões de acesso ao novo polo gerador de tráfego, composto pelo hospital e também pela arena esportiva. “O projeto executivo, que contempla extensão de vias marginais no sentido capital, melhorias geométricas no dispositivo de retorno atual e implantação de nova passarela, atualmente aguarda avaliação do Poder Concedente.”

Em abril do ano passado, logo após a inauguração do hospital, a Artesp já afirmava que o projeto estava aprovado e a execução das obras de acesso era de responsabilidade da empresa Inova Saúde, do Grupo Construcap, que construiu o hospital e integra a Parceria Público-Privada (PPP) firmada com o Estado.

Em julho de 2018 a Artesp informou que a obra é responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde. A Secretaria de Estado da Saúde informou que a implantação do acesso deve ser discutida com a Artesp.

Nesta semana a Artesp foi novamente procurada, já que no início do mês passado o governador João Doria (PSDB) e o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, se comprometeram a apresentar soluções para o problema. Dessa vez não houve respostas da agência que regula o transporte no Estado.

Já a Secretaria de Logística e Transportes informou em nota que “está em tratativas com a concessionária e a Artesp para concluir o projeto sobre a passarela o mais rápido possível”. Segundo a pasta, como são obras não previstas no contrato de concessão, há necessidade de um aprofundamento jurídico e técnico para o anúncio. (Larissa Pessoa)

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