A campanha Outubro Rosa é uma das mais conhecidas do Brasil. Criada nos anos 1990, a iniciativa veio com o propósito de alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença é o segundo tumor que mais acomete mulheres no Brasil, e até o fim de 2022 são esperados mais de 66 mil novos casos. No território nacional, o tratamento pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS) ou em hospitais e clínicas particulares.
Segundo a mastologista Karimi Amaral, o câncer de mama é, apenas, de 5 a 10% de origem genética. “De 10 pacientes que eu atendo, 9 não têm histórico na família”, afirma. A profissional explica que a doença tem uma relação muito relevante com o estilo de vida de cada pessoa. “Temos que falar sobre atividades físicas, alimentação, redução da gordura corporal, estresse, entre outras coisas. A saúde é o bem-estar físico e mental”, diz.
Karimi enfatiza que todos os pacientes devem procurar um mastologista a partir dos 40 anos, com consulta anual. “Quando o diagnóstico é precoce, temos a chance de cura de mais de 90%”, destaca.
Visto que a mãe enfrentou e sobreviveu ao câncer de mama há 45 anos, Denise Zuba manteve-se sempre em alerta aos possíveis sinais que indicariam o surgimento da doença em si mesma. Fundadora de um dos maiores escritórios de arquitetura, interiores e design de Brasília, o Studio Denise Zuba, a mineira radicada na capital foi surpreendida com o indesejável diagnóstico.
Em conversa com a Coluna Claudia Meireles, a profissional compartilha que tudo começou em plena pandemia. “Em outubro de 2021, eu fiz meu exame de rotina, que faço todo ano devido à minha mãe, mas estava tudo tranquilo. Tive Covid-19 em novembro, quando eu vi um nódulo acima da mama. Foi uma loucura, porque só tinha dois meses que eu havia feito os exames, e tinha dado tudo negativo”, conta.
Denise afirma que, no momento em que tocou e sentiu o caroço, lhe “faltou o chão”. “Foi uma coisa que, de fato, muda a vida de nós: o antes e o depois de um câncer desse, né?”, declara.
Após a descoberta, a mineira foi em busca de ajuda. Detalhe: em meio à pandemia, com tudo fechado e os hospitais lotados. “Entrei em uma batalha muito grande”, fala.
Possibilitada a viajar para fora da capital a fim de começar o tratamento, Denise Zuba entrega que optou por ficar, em razão da pandemia e por se sentir segura com os médicos locais. Além disso, ela contou com o auxílio do genro, que é oncologista. “Ele tem um conhecimento muito grande”, ressalta.
A empresária conta que escolheu o médico Gustavo Tedde para acompanhar o tratamento. Ele é ginecologista, mastologista e urologista. “Tedde já tinha sido o médico de uma amiga minha. Ele foi maravilhoso, me passou toda segurança”, celebra Zuba.
A mineira optou por retirar as duas mamas, apesar de, no caso dela, não haver necessidade. “O tumor era um só. Eu até poderia ter escolhido a opção de tirar um quadrante, mas eu fui mais radical, pelo o que eu vivi a minha adolescência vendo o problema da minha mãe”, esclarece.
Forças para continuar
“Quando você recebe uma notícia dessa, você tem um pânico. Mas logo vem uma força maior, que é a força de Deus, a força que você se apega muito, de acreditar que aquilo ali vai passar”, introduz Zuba, ao revelar como fez para lidar com a doença. “Hora nenhuma eu tive medo a partir dali”, acrescenta.
“Foram poucas as vezes que eu me titubeei um pouco e senti que aquilo ali podia ser meu fim. Mas a maioria das vezes eu fui muito corajosa, enfrentei tudo com muita garra, força e fé. Hoje, eu me sinto uma pessoa abençoada, melhor do que eu era. A minha preocupação, o tempo todo, é em poder transmitir isso para as pessoas e saber que hoje, graças a Deus, a cura do câncer está indo muito bem”, anuncia Denise Zuba.
Com os tratamentos, a situação da doença está muito melhor, conforme a empresária diz. Ela lembra, ainda, que a cura para esse tipo de câncer, felizmente, é muito grande atualmente. “As pessoas têm que estar muito bem assessoradas. O Outubro Rosa é um mês em que refletimos, né? E temos que ajudar as pessoas mais carentes, que não têm essa facilidade de ter um médico ou um hospital bom, além do apoio da família”, adverte.
“Quando isso acontece, você tem que ter esse lado humano, de proteger os carentes, os que precisam de você. Muitas pessoas até têm condições, mas escondem ou têm medo”
Denise Zuba
A profissional compartilha que não escondeu a doença, continuou levando a vida do mesmo jeito. “Não deixei de ir em lugar algum, com cabelo ou sem cabelo, de peruca ou sem peruca. E com fé de que isso não vai voltar mais e que eu vou poder ajudar outras pessoas”, afirma.
Não é à toa que ela tem realizado eventos voltados para esse tema desde o ano passado. Na última terça-feira, ela reuniu um grupo de mulheres na loja Quadra, onde está sendo celebrada a Mostra Artefacto 2022. Por lá, ela comandou um bate-papo com Marcela Cammarota, cirurgiã-plástica especialista em mamoplastia e reconstrução mamária, e Joana Jaker, presidente da Associação Recomeçar. A organização oferece assistência às mulheres mastectomizadas e atua na prevenção à saúde.
Com essa belíssima história de superação e transformação pessoal, Denise Zuba deixa um recado:
“Eu gostaria de falar com as pessoas que estão passando por esse problema que essa doença: se você tiver atenção, acreditar e conseguir no tempo certo fazer o tratamento, não há nada que não tem cura. No que eu puder ajudar essas pessoas conversando, estou sempre às ordens para falar o que eu passei e sobre as minhas experiência. Eu, dentro da minha pequinês, vou ajudando e espero poder cada vez ajudar mais”, finaliza.
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