Os festivais culturais são parte importante da música brasileira por reunir diferentes artistas e estilos em um mesmo lugar. Atualmente, esses eventos continuam a existir, mas começam a ganhar uma nova configuração, com os artistas assumindo o controle da produção para ter mais autonomia criativa.
Por vários anos, os cantores ficaram dependentes das vontades dos contratantes para a produção de shows pelo Brasil, sem a liberdade para definir as questões que envolvem a montagem de um festival. Esse foi um dos fatores que levaram ao surgimento projetos como o Buteco, do Gusttavo Lima, que terá edição em Brasília no dia 20 de maio.
“Assumir seu próprio evento acaba trazendo uma autonomia que não seria possível em nenhum outro, por diversos motivos. A importância é enorme, assim como a responsabilidade. Estar à frente de um evento na proporção do que temos hoje envolve coisas que vão muito além do palco. No entanto, os resultados, são sempre gratificantes”, explica Gusttavo Lima.
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O movimento da música sertaneja está cada vez mais autônomo nesse sentido, com vários formatos sendo criados pelos artistas. Para além do Buteco, outro evento que tem se destacado é o Luan City Festival, no qual Luan Santana explora novas sonoridades e relembra sucessos da carreira. O evento será realizado em Belém, Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro em 2023.
O Festival Surreal, em que a dupla Henrique & Juliano leva convidados em turnê pelo Brasil, também já passou por São Paulo e Brasília este ano.
“Criar um projeto com a nossa identidade é algo muito especial, ter a opção de realmente fazer com que o nosso público viva uma experiência inesquecível é muito gratificante. Desde o início sempre sonhamos não só em viver da música, mas principalmente viver a música”, explica a dupla sertaneja, que assumiu a gerência da carreira recentemente.
Sucesso nacional
O Desmantello do Nattan, criado pelo cantor Nattan, também está em alta. Com 24 anos de idade, o artista é um dos fenômenos do forró na atualidade e realiza shows de até 5 horas, com convidados e atrações especiais pelo Brasil.
Outros artistas de estilos populares também adotaram o formato e criaram marcas registradas com os festivais. É o caso de Tardezinha, do cantor Thiaguinho. Ao todo, o pagodeiro realizou mais de 200 edições do evento desde 2015. Depois de formalizar o projeto em um DVD no Maracanã em 2019, retornou à ativa em 2023.
“A Tardezinha nunca foi tão grande. Tanto em estrutura, quanto em operação e repertório. A gente se jogou mesmo nesse retorno. A ideia é trazer uma experiência inédita ao publico, com uma vibe de festival, com roda gigante e uma experiência bastante imersiva mesmo”, disse Thiaguinho durante a primeira edição da Tardezinha no Rio de Janeiro, em abril. O evento contou com participações de Péricles, Mumuzinho e Chrigor.
Ainda no pagode, lembrando de grupos que saíram de Brasília para fazer sucesso nacionalmente, o Menos é Mais criou o Churrasquinho do Menos é Mais, que está rodando o Brasil, e o Di Propósito criou o Encontrin. Os dois são originados de projetos que fizeram sucesso nas plataformas digitais e tiveram demanda para se tornar um evento.
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