Além de provavelmente não conseguir reverter nenhuma das derrotas que sofreu na aprovação da Medida Provisória (MP) da Esplanada, o governo ainda tem mais uma ameaça para contornar nesta semana.
Na cúpula da Câmara dos Deputados, o que se discute é retirar da MP da Esplanada, aprovada em comissão mista na semana passada, a autorização para a extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
A Funasa foi extinta em uma MP separada, mas ambas precisariam ser votadas até o dia 1º de junho, quinta-feira.
Para simplificar o processo, o relator da MP da Esplanada, o deputado do MDB Isnaldo Bulhões, inseriu no texto aprovado em comissão uma autorização para que o Poder Executivo acabe com a Funasa, o que permite que se deixe a MP da Funasa caducar.
O problema é que, se essa previsão for retirada do texto, não haverá tempo hábil para aprovar a outra MP, e talvez nem de alterar novamente o texto no Senado, por onde a medida provisória precisa passar depois.
Líderes do Centrão debatem a possibilidade de votar a MP da Esplanada na Câmara na quinta-feira, em cima da hora, o que forçaria o Senado a aceitar a formulação do texto, mesmo se houver surpresas. Caso contrário, cairia toda a estrutura dos ministérios do governo Lula.
Os líderes ainda não se reuniram para definir a estratégia da votação da MP da Esplanada na Câmara, mas o clima está péssimo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, tem esbanjado mau humor com o Poder Executivo nos últimos dias.
As reclamações são as de sempre: promessas não cumpridas de verbas para bases eleitorais e uma lista de nomes indicados para cargos no governo federal emperrada no Palácio do Planalto, aguardando nomeações.
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