CNI: indústria brasileira cai de 10ª para 16ª em participação na produção mundial

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A participação do Brasil na produção industrial mundial caiu de 1,24% em 2018 para 1,19% no ano passado, o piso de toda a série histórica, iniciada em 1990 e divulgada nesta sexta-feira (4/9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A taxa tem apresentado queda ano a ano desde 2009, quando o Brasil representava 2,06% na produção mundial. Com a mais nova retração, em 2019, a indústria nacional passa a ocupar a 16ª posição, atrás de países como Taiwan, Turquia e Espanha.

Até 2014, o Brasil figurava entre os 10 maiores produtores no ranking mundial. Os dados são do Desempenho da Indústria no Mundo, estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A seguir, veja a linha histórica:

Os dados evidenciam, segundo o CNI, que a crise econômica brasileira de 2014-2016, durante o último mandato do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) intensificou o movimento de queda, que tem sido acompanhado desde 1990.

Diferentemente do Brasil, a produção industrial mundial se manteve em crescimento, após queda registrada em 2009, ano da crise financeira global oriunda do mercado imobiliário dos Estados Unidos.

A China tem o melhor desempenho entre os principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2019, a participação chinesa no valor adicionado da indústria de transformação mundial cresceu de 28,85%, em 2018, para 29,67%.

As maiores perdas foram registradas pela Alemanha (de 5,64%, em 2018, para 5,42%, em 2019), seguida pelo Japão, (de 7,12% para 7,01%, no mesmo período). Os dois países figuram atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Queda nas exportações

O desempenho das exportações da indústria de transformação brasileira também retrata a perda de competitividade. De acordo com estimativa da CNI, a participação nacional nas exportações mantém o viés negativo e deve ficar em 0,82% em 2019.

A taxa iguala o menor patamar da série histórica, registrado em 1999. O Brasil ocupava a 30ª colocação no ranking global no último dado disponível, de 2018.

Na participação nas exportações mundiais da indústria de transformação, a China também aparece como a maior exportadora, seguida de Alemanha, EUA, Japão e Coreia do Sul. Juntos, esses países representaram 41% do total das exportações em 2018.

A queda de 7,2% nas exportações da indústria de transformação brasileira em 2019 interrompeu sequência de três anos de crescimento. O recuo registrado no último ano reverteu cerca de metade do crescimento acumulado entre 2015-2018, de 15%.

Dólar e Argentina

De acordo com o CNI, a perda de participação da indústria de transformação brasileira no cenário global é percebida mesmo em um cenário de depreciação do real sobretudo ante o dólar, que estimularia as exportações.


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Entre 2017 e 2019, a moeda brasileira desvalorizou 12%, em termos reais, frente ao dólar. Entre os dificultadores, está a volatilidade, ligada a incertezas tanto no ambiente externo quanto no doméstico, o que prejudica contratos comerciais.

A crise econômica na Argentina e o aumento das tensões entre Estados Unidos e China também contribuíram para o recuo das exportações. No ano passado, os argentinos entraram no segundo ano de recessão, com um recuo de 4,6% no PIB na comparação com 2017. Nesse mesmo período, as importações de bens da Argentina recuaram 26,6%.

Em sintonia, o Metrópoles mostrou que em meio às divergências políticas entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández, as relações comerciais entre Brasil e Argentina têm registrado, em 2020, os piores resultados em mais de 15 anos.

De janeiro a julho deste ano, a corrente de comércio – que representa a soma de exportações e importações – entre os dois países latino-americanos foi de US$ 8,6 bilhões (cerca de R$ 46,5 bilhões na cotação atual), o pior resultado desde 2004, ainda no primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O número representa uma queda de 29,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a corrente de comércio foi de US$ 11,1 bilhões. O governo Bolsonaro, inclusive, fechou o seu primeiro ano já com uma queda de 21,6% em relação a 2018.

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