Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), que promove ações de esclarecimento sobre a doença, o câncer intestinal (que compreende o cólon e reto) é o segundo tipo de câncer mais frequente no País, seguindo o da próstata nos homens e o da mama entre as mulheres.
Conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 serão contabilizados no Brasil 40.990 novos casos (sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres), um aumento de mais de 12% em relação ao índice anterior.
Incidência de câncer intestinal
A SBCP destaca ainda que, em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens. “Com a pandemia da Covid-19, quando muitas pessoas deixaram de fazer exames preventivos e interromperam processos de diagnóstico, esse índice tende a aumentar, já que a demora na descoberta pode agravar a doença e dificultar o tratamento e a cura”, diz a entidade.
Para alertar a população sobre a doença, a SBCP promove a Campanha de Prevenção do Câncer de Intestino, durante este mês. A ideia é mostrar hábitos que podem prevenir o câncer de intestino e a importância do diagnóstico precoce. Devido ao isolamento social, este ano as ações estão concentradas nas redes sociais da entidade.
Especialistas falam sobre prevenção
Cinco especialistas ouvidos pela SBCP dão dicas sobre a prevenção do câncer do intestino, que se tornou o segundo tipo de câncer com risco de óbito mais frequente no Brasil e no mundo.
O médico coloproctologista, Paulo Maurício C. Bruno, afirma que o câncer do intestino, na grande maioria das vezes, surge de pequenos tumores benignos na parede do intestino chamado de pólipos.
“Os pólipos podem ser detectados e retirados antes que virem câncer. Uma alimentação saudável com frutas, verduras e legumes, e com a redução de carnes vermelhas e de alimentos gordurosos pode-se prevenir a instalação do câncer de intestino”, diz. Além disso, o especialista aponta que as pessoas precisam evitar o cigarro e as bebidas alcoólicas.
Sem sintomas iniciais
Já a coloproctologista Carmen Lobo disse que o tumor no intestino é mais comum em pessoas com parentes que têm ou já tiveram câncer. “Mais comum, também, em portadores de doenças do intestino como a doença de Crohn, a retocolite ulcerativa, e Polipose familiar”, destaca.
A médica Shirlane Frutuoso Malheiros afirma que nas fases iniciais o câncer de intestino não tem sintomas. Mas, nas fases mais avançadas da doença, podem surgir sangramento nas fezes, dor de barriga e alteração na consistência das fezes. Além disso, podem ocorrer anemia, fraqueza, perda de apetite e emagrecimento.
O coloproctologista Roland Dagnoni disse ainda que o diagnóstico do câncer de intestino é feito por meio da colonoscopia. Esse procedimento também permite identificar os pólipos e retirá-los antes que se transformem em câncer. E o especialista Ary Nasser afirma que, para a prevenção, pessoas com mais de 45 anos e sem sintomas devem procurar o médico para realizar o exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Os especialistas destacam ainda que a obesidade também é um importante fator de risco. É, também, um dos principais responsáveis pelo aumento da incidência do câncer colorretal nos últimos anos.
“A população do Brasil, assim como do mundo, tem se tornado mais obesa a cada ano. Estamos vivendo literalmente uma epidemia de obesidade no mundo e a prática de atividades físicas, além dos benefícios cardiovasculares já comprovados, é uma importante aliada na estratégia de redução de risco do câncer colorretal”, aponta a SBCP. (Ana Cláudia Martins)
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