Crítica: “Minha Mãe é Uma Peça” mostra Paulo Gustavo em grande fase

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    Divulgação

    Doze mil espectadores. Esse é o número de pessoas que, em quatro sessões, lotaram o Centro de Convenções Ulysses Guimarães para assistir “Minha Mãe É Uma Peça”. O espetáculo, apresentado domingo (1º/10) e segunda (2), traz um Paulo Gustavo muito mais experimentado e caprichado do que o do início do show, há 11 anos.

    A peça ganhou toques de novidades, como as vozes de Mariana Xavier, que, assim como no cinema, vive a adorada Marcelina. No monólogo, Paulo Gustavo arrebenta como Dona Hermínia – é covarde a crítica de que o ator só sabe viver uma personagem, vide “Vai que Cola”, “A Vila” e “220 Volts”. Porém, é fato: ele desempenha papéis femininos com maestria.

    O enredo da peça ultrapassa o cinema (no qual a mãe histérica arrebatou milhões em bilheteria, tornando-se o terceiro filme nacional mais assistido da história). O trabalho de Paulo Gustavo entrega a neurose da personagem, incapaz de se aquietar sem os filhos em casa: a cena em que ela arruma o sofá repetidas vezes é impagável, atuação sem texto, completamente corporal.

    As gargalhadas explodiam seguidamente no teatro. O poder de identificação com Dona Hermínia é enorme (claro, para aqueles de classe média): quem não teve uma briga parecida com a mãe? Quem nunca ouviu um puxão de orelha? Um “eu desisto de vocês”?

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    Paulo Gustavo, depois de uma década, é capaz ainda de arrancar risadas sinceras sobre as paranoias maternas. Há quem reclame de gordofobia (“Marcelina, minha filha, você está imensa”). É debate justo e deixo a quem sabe mais do assunto refletir sobre.

    Nessa crítica, prefiro debater o show. E que show! O comediante, mesmo com a voz prejudicada pela gripe, entrega um texto hilário, performático. Feche os olhos e imagine Dona Hermínia gritando: “Essa porra de peça é engraçada para caralho”. Portanto, não ataquem nossa disritmia logo cedo. Paulo Gustavo mereceu os calorosos aplausos da plateia.

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