São Paulo – A Multilaser Industrial, empresa de informática da qual o secretário estadual da Educação, Renato Feder, permanece como acionista por meio de uma offshore, descumpriu o prazo de entrega de um lote de notebooks que deveria ter chegado às escolas públicas paulistas até o fim de fevereiro.
Até agora, os computadores não foram entregues à pasta, conforme previsto em contrato. A empresa ainda não recebeu nenhuma punição pelo atraso.
Os notebooks da Multilaser fazem parte de um pacote de aquisição de 97 mil computadores, feita pela Secretaria da Educação no ano passado, quando Renato Feder já havia sido indicado para o cargo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mas ainda não tinha tomado posse.
Pelas regras previstas no negócio, os equipamentos deveriam ter sido entregues em 60 dias após as assinaturas dos contratos, feitas em dezembro. Ao todo, a Multilaser fechou três contratos com a Secretaria da Educação que somam cerca de R$ 200 milhões.
Após a revelação do caso, feita em dezembro pelo Metrópoles, o secretário afirmou que havia deixado a empresa e que, por isso, não haveria conflito de interesse no fato de ele, como secretário, fiscalizar a própria empresa.
Como a reportagem mostrou, embora tenha deixado o conselho de administração da empresa qual foi co-CEO por 15 anos, Feder manteve 28,16% das ações da Multilaser por meio de uma offshore com sede no estado de Delaware (EUA), conhecido paraíso fiscal, com direito a receber dividendos da companhia.
Notificação
Questionada pelo Metrópoles, a secretaria comandada por Feder afirmou, por meio de nota, que notificou a empresa do secretário pelo atraso na entrega dos notebooks e que a companhia apresentou justificativas para o descumprimento do prazo previsto em contrato.
Ainda segundo a secretaria, outras quatro empresas que também venceram contratos para a entrega de computadores para os alunos da rede pública estadual também atrasaram a entrega dos equipamentos e foram igualmente notificadas pela pasta.
“A secretaria irá analisar as situações e avaliar se cabe a determinação de nova data ou aplicação de multas, caso a razão para o atraso não esteja dentro dos critérios previstos pelo contrato”, disse a secretaria, em nota.
O Metrópoles questionou quais foram as justificativas apresentadas pela empresa para o atraso, mas a pasta não respondeu.
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