PCDF prende funcionários do Iges por furto e venda de exames da dengue

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Três pessoas foram presas por suspeita de desviar testes para revenda. Polícia Civil apreendeu 4 mil exames, no valor total de R$ 63,8 mil

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (6/3), funcionários do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) por suspeita de desviarem testes da dengue para fins particulares.

Equipes da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) detiveram três pessoas, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), por furto em órgão público e associação criminosa.

Com os envolvidos, a polícia apreendeu cerca de 4 mil unidades de teste para detecção de dengue, com validade para maio de 2025 e ao custo total de R$ 63,8 mil.

Os carregadores Matheus Borges Gonçalves, 27 anos, e Lucas Dourado Lopes, 21, além do motorista Daniel Ribeiro da Silva Reis, 45, foram detidos e levados para fazer exames no Instituto de Medicina Legal (IML).

A polícia chegou aos suspeitos depois de outros funcionários do Iges-DF constatarem que alguns medicamentos, materiais médico-hospitalares, entre outros itens, haviam desaparecido do estoque. Apesar de perceberem a falta dos insumos, os denunciantes contaram à polícia que não tinham provas dos crimes.

Na manhã desta quarta-feira (6/3), contudo, os funcionários conseguiram acompanhar, por meio de câmeras de segurança, quando os suspeitos furtaram quatro caixas com mil testes de dengue cada. Pelo fato de os insumos não constarem na lista de produtos que deveriam ser entregues na remessa às unidades de saúde, os trabalhadores desconfiaram da ação e acionaram a polícia.

Na delegacia, os suspeitos chegaram a apresentar “versões conflitantes”, mas, após serem confrontados com as imagens de câmeras de seguranças, assumiram os furtos. Os desvios no Iges-DF teriam começado em meados de 2023, segundo os relatos.

Entregas

Contratado pelo Iges-DF desde abril de 2023, Matheus contou à polícia que os furtos ocorrem no instituto de uma a duas vezes por mês. Ele detalhou que – com Lucas, Daniel e um quarto envolvido – ficava responsável por buscar os testes de detecção da dengue e encaminhá-los às unidades de saúde.

No entanto, antes de concluírem as entregas, o grupo fazia paradas no meio do caminho para deixar as caixas com um quinto suspeito, um ex-funcionário do Iges-DF.

A entrega do material furtado, segundo Matheus, era sempre destinada a essa pessoa. Contudo, o pagamento pelo desvio era feito pela esposa de outro carregador, também funcionário do Iges-DF; os relatos deram conta de que ele seria o responsável por definir o que seria furtado.

Em depoimento, Lucas contou que as entregas ocorriam em locais estipulados pelo ex-funcionário, que os endereços eram repassados por meio do aplicativo WhatsApp e que todos os ocupantes do caminhão sabiam o motivo das paradas.

Lucas disse, ainda, ter sido convidado a fazer parte da organização criminosa pelo ex-funcionário e pelo carregador casado, além de ter presenciado furtos de materiais no Iges-DF quando o quinto envolvido ainda trabalhava no instituto.

Pagamentos

Ao investigadores Matheus afirmou ter recebido ao menos três depósitos da esposa do carregador mencionado, no valor de R$ 1 mil, e outros dois de R$ 500. Lucas, Daniel e o quarto suspeito teriam recebido a mesma quantia, segundo o depoimento.

Um outro motorista que trabalha para o Iges-DF também é investigado por envolvimento no esquema. As apurações iniciais dão conta de que o prejuízo pode chegar a milhões de reais, pelo fato de os suspeitos terem desviado, além dos testes, vacinas e medicamentos de alto custo.

Fonte: Metropoles

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