Moradores e comerciantes do entorno da rodoviária estão planejando uma manifestação para reivindicar que a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes – Trânsito e Transportes volte atrás nas mudanças de direção feitas nas vias situadas no entorno do complexo de ônibus. Na sexta-feira passada, dia 25, eles tiveram uma reunião com técnicos da Urbes, para fazer a solicitação, mas o órgão irá alterar apenas a rua Bernardo Ferraz de Almeida, que voltará a ter mão dupla para o trânsito de veículos, no trecho entre a rua Antonio de Andrade até a rua Júlio Hanser. Se não chover, essa alteração será feita nesta sexta-feira (1º).
Insatisfeitos por não terem o pedido atendido, os moradores e comerciantes disseram que não irá adiantar nada mudar apenas essa rua. O gerente comercial Saulo de Tarso da Costa Silva Freitas, um dos representantes do grupo, conta que mora na rua Bernardo Ferraz de Almeida e tem comércio na avenida Comendador Pereira Inácio.
Além de ter ficado difícil o trânsito, ele afirma que a alteração feita pela Urbes “matou o comércio” ali das redondezas. “Eu deixei de vender R$ 300 por dia, o que dá cerca de R$ 9 mil no mês, o supermercado perdeu 10% do faturamento, também caiu 50% do movimento de um posto de combustíveis ali perto, inclusive já mandaram duas funcionárias embora, sem falar no prejuízo dos comerciantes que atuam dentro da rodoviária”, afirmou.
Conforme Saulo, foram apresentadas à Urbes algumas alternativas, mas não foram ouvidas. “A Urbes fez essa mudança da noite para o dia. Já estamos passando por crise e a Urbes com isso está ajudando a quebrar o comércio. Vai fazer três meses, deu pra sentir bem o impacto.”
Saulo afirma que o grupo procurou ajuda de vereadores e conseguiu apoio de Rodrigo Manga (DEM), que foi junto na reunião com a Urbes, mas, mesmo assim, o órgão não voltou atrás.
Prejuízos
A atendente Aline Morais, que trabalha em um pet shop na rua Capitão Alfredo Cardoso, uma travessa da rua Bernardo Ferraz de Almeida, afirma que o movimento na via aumentou muito com a mudança. As pessoas que trabalham perto estão deixando seus carros em frente ao pet shop. “E os clientes ficaram sem lugar para estacionar”, conta. Ela ainda disse que, como os ônibus passaram a usar essa rua com frequência, a via já está apresentando afundamento no asfalto e está abrindo um buraco.
O advogado José Rodrigues Nunes, 85 anos, mora na esquina das ruas Bernardo Ferraz de Almeida e Capitão Alfredo Cardoso há 60 anos. Ele lembra que uma vez tentaram mudar a direção das vias, mas tiveram de voltar atrás porque deu mais problema, como agora. Ele se diz prejudicado porque agora tem de fazer um percurso maior para chegar até a casa de sua filha, que fica a dois quarteirões dali. Na opinião de José, não tinha necessidade de mudança.
Já o cuidador de idoso Ricardo Xavier Gabriel Alves Trostli afirma que para ele ficou melhor, mas sabe que os demais moradores estão reclamando. “No bairro ninguém gostou”, disse.
Além da alteração nas mãos de direção das ruas, teve mudança dos pontos de ônibus intermunicipais. Linhas com destino a Itu, Alumínio, São Roque e Salto de Pirapora, que há anos tinham o ponto final na rua Pandiá Calógeras, tiveram a parada transferida para a rua Joubert Wey. Embora os passageiros afirmem que os pontos estão melhores, todos com bancos, a rua necessita de iluminação pública. Outra reclamação é que durante a noite e madrugada a rua é pouco movimentada, o que ficou mais perigoso.
Conforme a Urbes, o entorno da rodoviária vinha apresentando dificuldades de circulação viária, além disso, o cruzamento das vias está seguro e foi possível triplicar as vagas para embarque e desembarque na rodoviária. (Daniela Jacinto)
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