Polícia Civil abriu inquérito para apurar caso de sabotagem no Metrô do DF

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    Nesta segunda-feira, os trens funcionaram normalmente. Segundo a direção do órgão, a fiscalização, a partir de agora, será mais rígida

    A Polícia Civil abriu inquérito ontem para apurar um caso de sabotagem no Metrô do DF. Pelo menos 80 pessoas estão na lista das que podem ter entrado na sala restrita onde a violação do sistema ocorreu. As primeiras investigações praticamente descartam uma pane no sistema. Indícios encontrados pelos agentes, como o tipo de cabo utilizado para interromper o funcionamento do tráfego e a programação feita para provocar as pausas dos trens, reforçam a hipótese de ação humana criminosa. As suspeitas começaram após denúncia de funcionários da Companhia do Metropolitano do DF, que encontraram o armário onde estaria a fiação danificada. Na última sexta-feira, as viagens dos trens tiveram atrasos de até uma hora e muitos passageiros ficaram trancados nos vagões.

    O chefe da 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), Yuri Fernandes, responsável pelo caso, afirmou que o cabo encontrado conectado de forma irregular era da própria rede de manutenção do metrô, o que reforça a hipótese de o dano ter sido causado por um empregado do órgão. “É muito difícil que alguém de fora tenha conseguido entrar lá. Mais improvável ainda é alguém entender do sistema e saber como provocar as paradas do trens em horários programados, como ocorreu”, disse o delegado. Segundo ele, o universo de suspeitos é grande, vai desde faxineiros até motoristas. “Verificamos que houve intervenção humana. Qualquer sistema pode dar problemas, mas não acreditamos que esse foi o caso. Essa ação poderia ter provocado uma tragédia”, complementou.

    A interrupção do sistema por alguém credenciado levantou suspeitas dentro da empresa e do governo. O governador Agnelo Queiroz se disse indignado com a situação e exigiu que os responsáveis pela sabotagem sejam punidos com demissão do serviço público e prisão. “É uma situação gravíssima. Temos que separar o que é movimento justo, grevista, a que toda categoria tem direito, de sabotagem, que põe em risco a vida de milhares de pessoas e tem outro nome: terror”, enfatizou.

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