
Cinco artistas brasileiros representam o país na 57ª Bienal de Veneza, um dos eventos mais importantes do mundo das artes plásticas. O pavilhão do Brasil, sob curadoria de Jochen Volz, recebe obras de Cinthia Marcelle, Paulo Gursky, Ayrson Heráclito, Erika Verzutti e Ernesto Neto.
A Biennale di Venezia, para usar o nome em italiano, divide-se em dois espaços. O Giardini, onde vários países são representados, e o Arsenale, uma antiga fábrica de navios de guerra onde a cada bienal um novo curador é escolhido — nesta edição, a responsabilidade artística é de é Christine Marcel.
Paulo Gursky, importante artista da história da arte brasileira, foi convidado para o pavilhão internacional e escolheu uma performance criada há 40 anos. Se trata de um material que se propõe a questionar o papel da arte no mundo. “Fico feliz de estar no pavilhão internacional desta Bienal, pois me recuso a representar o Brasil neste momento”, protestou o artista.
A instalação de Cinthia Marcelle, “Chão de Caça”, cobre todo o prédio com um piso feito de grades metálicas inclinadas. As partes mais largas encaixam-se em pedras, numa composição referente ao encarceramento. A noção política de tensão e aprisionamento em um Brasil emperrado, é clara.
Ayrson Heráclito, Erika Verzutti e Ernesto Neto expõem no Arsenale, um espaço gigantesco com centenas de obras dentro e fora da antiga fábrica. Ernesto Neto leva seis índios huni kuin, do Acre, para performance. A ideia do artista é debater o status da arte contemporânea, o exotismo, a apropriação e comercialização das culturas e práticas indígenas.
A Bienal de Veneza é um dos eventos de arte mais importantes do mundo. A arte contemporânea toma conta da cidade em várias exposições espalhadas pelos quatro cantos. A 57ª edição abre para o público neste sábado (13/5) e encerra em 26 de setembro.
‘Um Lugar Sagrado’ de Ernesto Neto
Detalhe de ‘Um Lugar Sagrado’
Erika Verzutti
Ayrson Heráclito
‘Chão de Caça’ Cinthia Marcelle
Pavilhão oficial da Bienal
Arte nas ruas de Veneza