
Em 1995, MC Marquinhos & MC Dollores perguntavam sobre a diferença entre o charme e funk. O bonito não alcançou o sucesso do elegante, mas ficou marcado na memória de muitos jovens do Distrito Federal. Vinte anos depois, já adultos, os “charmeiros” de Brasília resgatam o movimento cultural com festas e, é claro, muitos passinhos.
Semanalmente, baladas no Plano Piloto, Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia e Núcleo Bandeirante resgatam os bailes de charme. Nas picapes, os DJs soltam batidas de clássicos do R&B: Michael Jackson, Barry White e Marvin Gaye. A iniciativa segue os moldes de antigamente. Lado a lado, dançarinos reproduzem os passos de dança e, enquanto a festa rola, mais pessoas se juntam à coreografia.
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“Queremos pegar o que vivemos nos anos 1980 e 1990 e passar aos jovens de hoje. Vamos mostrar que a cultura de periferia é muito mais do que músicas e danças sexualizadas”, explica o professor de dança Petrônio, responsável pelo projeto Dançar Charme é Bom D+.
Petrônio monta, uma vez por mês (sempre aos domingos), bailes charme gratuitos na Torre de TV com o intuito de chamar atenção dos jovens que vivem e frequentam o Plano Piloto. Aos poucos, o evento ganhou mais adeptos e, atualmente, recebe cerca de 1 mil pessoas por edição.
O grupo de dança Seja Charme também colabora com a difusão dos passos marcados por Brasília. Eles atuam em bailes e em festas da capital, como a Makossa e a Mistura Fina. “O charme é integrativo, as pessoas vão criando seus próprios movimentos e, de repente, está todo mundo na mesma sintonia”, comenta Sônia, fundadora do coletivo.
Boas memórias
Popularizar os bailes charme nos dias de hoje é trazer à tona uma tradição que mexeu com muitas pessoas. O grupo Charme em Movimento bem sabe disso.

DJ Celsão: ícone da black music em Brasília
O percussor da cena charme no DF foi o DJ Celsão, ícone da cena black da capital morto em 2016. Ele comandou os primeiros bailes, no Conic. “Lá a gente só discotecava. Quando lotou, passamos para o Parque da Cidade e a dança pegou”, conta Netto.
DJ Celsão era conhecido por manter acesa a chama da black music dos velhos tempos mesmo diante do avanço do trap e do funk. “A ideia de trazer o charme de volta certamente passa por uma homenagem a ele”, revela Petrônio.
O DJ Chokolaty, que atua há 40 anos na cena noturna brasiliense, também se uniu ao pessoal do charme. “Até hoje, a gente está nas paradas, tocando e construindo o movimento . A nova geração tem abraçado a causa também. Isso é muito bom, o que significa que a nossa cultura vai perdurar”, analisa.
Quer curtir um bailinho? Neste sábado (4/8), o charme rola na Festa dos Chegados, no Espaço Grande Oriente do Brasil (913 Sul), às 22h. No próximo sábado (12/8), o Baile Flash Back dos Pais Anos 70, 80 e 90 levará, às 22h, o estilo ao Clube CASSAB (Setor de Clubes Sul).