Dez dos 12 oficiais que atiraram 80 vezes contra o carro de uma família no Rio de Janeiro foram presos nesta segunda-feira (8/4) pelo Exército. Eles foram ouvidos na Delegacia de Polícia Judiciária Militar e, após o depoimento, foram detidos. Uma testemunha civil também deve prestar esclarecimentos nesta segunda.
A ação matou o músico Evaldo dos Santos Rosa em Guadalupe, na Zona Oeste, nesse domingo (7). No veículo estavam a mulher da vítima e o filho do casal, uma criança de 7 anos, que por sorte saiu ilesa. Um outro homem que passava pelo local ficou ferido e foi socorrido para o hospital.
Após as prisões, o Comando Militar do Leste (CML) informou que identificou “inconsistências” entre os fatos reportados pelos militares e, por essa razão, os agentes foram afastados da função até a conclusão sobre o caso.
Segundo o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios (DH-Capital), “tudo indica” que os oficiais fuzilaram o carro ao confundi-lo com o de criminosos. O caso é investigado pelo Exército. Um integrante do Ministério Público Militar acompanhou os depoimentos.
Inicialmente, o Exército informou que os militares flagraram um assalto e foram atacados pelos criminosos. Eles, então, responderam à agressão e atiraram contra o carro. O homem que morreu e o outro, ferido, segundo o Comando Militar do Leste, eram assaltantes.
Para a família de Evaldo Rosa, houve um erro por parte dos militares. Após a repercussão negativa do caso, o CML determinou a coleta de depoimentos dos militares e civis para apurar o ocorrido.