O Distrito Federal registrou mais uma tentativa de feminicídio no começo da madrugada desta sexta-feira (17/05/2019). O caso ocorreu na quadra AR 17, de Sobradinho II, e está sendo investigado pela 35ª Delegacia de Polícia.
A vítima tem 22 anos e o acusado seria um adolescente. De acordo com um sargento da PMDF que compareceu à delegacia, o rapaz entrou loja de conveniência, onde a jovem estava com uma amiga, e efetuou três disparos, sendo dois nas costas e um no queixo. A mulher foi encaminhada ao hospital.
Apenas neste ano, 12 mulheres foram vítimas de feminicídio no DF. Em outros 42 casos, os agressores tentaram matar suas companheiras ou ex. Maria de Jesus do Nascimento Lima foi assassinada aos 29 anos de idade dentro de casa pelo companheiro, Henrique Farley Carneiro de Almeida, 36.
O suspeito foi preso na terça-feira (14/05/2019) acusado de esfaquear a vítima na residência do casal e esconder o corpo na rede de esgoto. O crime ocorreu na chácara Santa Luzia, em Taguatinga, mais conhecida como Favela do Cano.
Moradores do local contaram ter acionado a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) após perceber que havia muita água saindo da manilha que dá acesso ao sistema de esgotamento. Funcionários da empresa encontraram o corpo de Maria de Jesus dentro de uma tubulação e comunicaram o fato à polícia.
O penúltimo caso foi registrado no dia 9 de maio. Após 14 dias internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Cácia Regina Pereira da Silva, 47, perdeu a batalha pela vida. Em 25 de abril, ela foi vítima de um crime brutal. O ex-marido invadiu a casa dela, em Sobradinho, e jogou ácido no rosto e no corpo da mulher.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o ex-vigilante Júlio César dos Santos Villa Nova, 55, entra no local onde cometeu o crime. Após jogar ácido sulfúrico nos olhos de Cácia, ele sacou um revólver, mas a arma falhou.
Nas imagens, Cácia sai correndo na rua, em busca de ajuda, após o ataque. Júlio tirou a própria vida após agredir a ex-esposa e usou a mesma arma, que não falhou, quando ele apertou o gatilho no ouvido.
Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.