Murakami apresenta atestado médico, alega depressão e fica em silêncio

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    Acusado de deformar rostos de pacientes, o médico Wesley Murakami frustrou as autoridades do 4º Distrito Policial de Goiânia (GO), nesta quarta-feira (19/06/2019). O profissional de saúde era aguardado para prestar sua versão dos fatos e rebater as denúncias, mas entregou um atestado médico e informou que só se pronunciará sobre as acusações em juízo.

    “Esteve aqui, mas disse que estava em tratamento, sendo submetido a uma série de medicamentos e sofrendo de depressão. Po isso, preferiu se manter em silêncio. Ele disse que a cabeça não estava muito boa, que não se recordava de muitos detalhes e irá se pronunciar apenas em juízo”, explicou ao Metrópoles o delegado Carlos Caetano Júnior.

    Segundo o delegado, o inquérito do caso será encerrado na próxima semana e não há expectativa de que o médico volte a ser ouvido pelas autoridades policiais.

    Murakami é investigado após ser acusado de, supostamente, ter deformado pacientes de Goiás e do Distrito Federal durante procedimentos estéticos. Ele chegou a ser preso temporariamente, em dezembro de 2018, mas foi solto em janeiro deste ano.

    Vítimas

    De acordo com a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), Murakami foi preso para evitar a destruição de provas ou intimidação das vítimas.

    O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) impediu Murakami de exercer a profissão. O médico se tornou alvo de processo ético após mais de 30 pacientes denunciarem procedimentos cirúrgicos malfeitos.

    Os clientes de Wesley Murakami queixam-se do resultado do procedimento que consiste na aplicação de PMMA (sigla para polimetilmetacrilato, um plástico apresentado no formato de microesferas). A suspeita é de que o médico tenha injetado o produto em excesso e em locais nos quais não haveria necessidade.

    Traumas

    Após o caso se tornar público, mais pessoas tomaram coragem para contar suas experiências traumáticas com o cirurgião. O “Dr. Murakami” – como o profissional se apresenta nas redes sociais – usava a estratégia de apontar defeitos na face de quem se interessava pelos seus serviços.

    Os clientes do acusado ficaram com o rosto deformado, tiveram traumas psicológicos e chegaram a desembolsar fortunas para fazer reparação dos danos. Em um dos casos, uma jovem que morava no DF tirou a própria vida, no ano passado. A família dela reside no Rio de Janeiro.

    Em outro, uma fisioterapeuta teve tromboembolia pulmonar. Um mulher, também moradora de Brasília, gastou R$ 80 mil para reparar as deformidades deixadas após a aplicação de PMMA.

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