Crítica: Casal Improvável é comédia despretensiosa, crível e eficaz

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    O filme Casal Improvável estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira (20/06/2019). Com direção de Jonathan Levine, o longa-metragem mescla — em dosagem certa — gêneros como o besteirol e a comédia romântica. O resultado é uma história crível, despretensiosa e eficaz, que entrega à plateia o prometido: boas risadas.

    Em cena, uma dupla também inesperada para os padrões hollywoodianos: a bela Charlize Theron e o misto de ogro e nerd, Seth Rogen. Que cineasta pensaria em formar esse par romântico? Levine não só imaginou, mas colocou em prática. Coube a Dan Sterling e Liz Hannah elaborar um roteiro que conseguisse convergir dois estilos de vida totalmente opostos.

     


    De um lado está Charlotte Field (Charlize Theron), secretária de Estado do governo americano. Competente e carismática, ela consegue o apoio do atual presidente e sai na frente na corrida à Casa Branca. Do outro, Fred Flarsky (Seth Rogen), um jornalista investigativo conhecido por fazer críticas ácidas aos poderosos. Ele decide pedir demissão do emprego após receber a notícia de que o site para o qual trabalha foi vendido para um grande conglomerado de mídia.

    Sem forçar a barra, os roteiristas encontram o vínculo entre os dois personagens no passado. Ainda adolescente, Charlotte foi a babá de Fred. Um pouco mais novo, o garoto já nutria um crush na estudante com aflorado potencial político. Os caminhos voltam a se cruzar quando Fred é convidado pelo bem-sucedido Lance (O’Shea Jackson Jr), para afogar as mágoas e esquecer a sequência de fracassos que bate à sua porta. No mesmo evento está Charlotte, já preparando a imagem para a candidatura ainda não anunciada.

    Apesar de um reencontro com final digno de vídeo cassetada do Domingão do Faustão, Charlotte resolve convidar o jornalista para ser o redator de seus discursos durante a campanha. Para isso, Fred terá de viajar por diversos países enquanto ela consegue a adesão de chefes de Estado para um projeto que será o seu chamariz na disputa eleitoral.

    O envolvimento é óbvio, um homem e uma mulher viajando mundo afora, que acabam se apaixonando. Mas o que seriam das comédias românticas sem os seus bons e velhos clichês? E quem é aficionado pelo gênero, no fundo já espera por momentos assim nas produções.

    Paris Filmes/Divulgação
    Apesar de passear pelo besteirol, Casa Improvável tem cenas dignas das melhores comédias românticas

    Química no set
    A parceria entre o cineasta Jonathan Levine e o ator Seth Rogen vem de longa data. Os dois trabalharam juntos em produções como 50% (2010) e Sexo, Drogas e Jingle Bells (2015). A química no set transparece na telona e Seth entrega uma interpretação redonda, inteligente. Com o humor rebuscado que ele já demonstrou em produções como Vizinhos (2014) e Ligeiramente Grávidos (2007).

     

    Charlize Theron está marcada no imaginário dos cinéfilos com duas heroínas, a Lorraine Broughton de Atômica (2017) e a Furiosa, de Mad Max: Estrada da Fúria (2015). Em Casal Improvável a atriz também está na pele da “salvadora da pátria” mas, desta vez, no lugar da violência, a personagem usa o poder de lábia. É a rica, linda e inteligente Charlize, dando vida a uma mulher com qualidades semelhantes. Convence, mas está longe de ser a sua melhor atuação.

    Ponto alto
    Assuntos como racismo e machismo estão presentes nos diálogos do início ao fim do filme. As questões são abordadas sem a necessidade de reparos. São, por vezes, flechas certeiras atiradas com a leveza com a qual só o humor consegue empregar.

    Avaliação: Bom

    Confira o trailer:

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