YouTube, Instagram, Facebook, Twitter… Você entende e consome todas essas redes sociais? Se a resposta for positiva, não comemore tanto. Talvez você seja um “tiozão” ou uma “tiazona” digital. Mesmo com toda a popularidade dessas plataformas, os jovens (público com menos de 18 anos) migram com rapidez para outros dispositivos: um deles é o chinês TikTok, a mais nova aposta do momento.
A rede social, que pertence a empresa chinesa Bytedance Inc., hospeda vídeos de até 15 segundos: com ferramentas próprias de edição, a maior parte do conteúdo foca no humor e em paródias/redublagens de memes e músicas.
Essa característica está na origem do app. O TikTok comprou o Musical.ly em 2018 e angariou a audiência do software de dublagem de músicas. O movimento de mercado e características próprias da rede fizeram a Bytedance Inc. tornar-se uma importante startup do mundo, avaliada em US$ 75 bilhões – segundo dados do The Wall Street Journal.
Leveza
A principal característica da rede é a leveza – são posts de humor, com vídeos engraçados e conteúdos fofinhos. Por exemplo, um porco-espinho deitado numa almofada de rosquinha recebendo carinho. Outra fonte de entretenimento, está nas ilusões feitas com técnicas de edição, como os produzidos paulistano Bruno Carvente, 28 anos, o @iBugou.
O perfil atraiu 2,4 milhões com conteúdos baseados em efeitos de edição, que dão a sensação de truques de mágica. Em um, que foi visto 251 mil vezes, ele vira o personagem Mario e entra dentro de um jogo do gameboy. “A maior parte das pessoas precisa se dedicar a algo, não importa se for religião, novela, amor ou aplicativos”, avalia Zhang Yiming, o fundador da Bytedance, em entrevista à imprensa chinesa.
“O Tik Tok tem uma proposta diferenciada, não existe uma corrida desmedida por influenciadores, likes e comentários e tampouco a missão de ser formador de opinião, a ordem é o entretenimento descompromissado com um viés muito claro voltado para o humor, uma abordagem ideal para público adolescentes, que nessa fase da vida, constantemente é assombrado por inseguranças”, explica Thais Cintra, diretora de mídia da agência de marketing digital iProspect.
Sucesso
O TikTok foi, no primeiro trimestre de 2019, o aplicativo mais baixado do mundo, atrás apenas do WhatsApp e do Facebook Messenger. Estimativas do The Wall Street Journal apontam que o programa foi baixado por 1,2 bilhão de pessoas no mundo todo.
Parte desse crescimento está ligado a uma agressiva estratégia de marketing. A empresa tornou-se uma das maiores anunciantes em seus principais concorrentes: Instagram e Facebook. Em movimento de ascensão nacionalmente.
“O Brasil sendo um país muito ativo nas redes sociais demonstra um grande potencial de crescimento nessa rede, principalmente pela adesão dos adolescentes e jovens, podendo a curto prazo ter uma base de usuários desse target que se aproxime ou até mesmo supere redes sociais como Facebook e Instagram”, entende Thais Cintra.
vocês tão fazendo com que o branco sofra racismo!!! pic.twitter.com/BftC8MVbC2
— kaique brito (@kaiquebrx) June 26, 2019
“Foi do nada”
Kaique Brito Rodrigues, 14 anos, é outro influencer brasileiro do TikTok – na verdade, ele começou no Musical.ly e seguiu produzindo seus vídeos. O “sucesso” veio com um conteúdo no qual dubla um discurso sobre racismo reverso. “Quando minha amiga me mandou, eu pensei na hora em fazer”, lembra.
Apesar de ter feito um conteúdo de crítica social, Kaique acredita no app como um distribuidor de produtos mais “lights”. “É engraçado, são vídeos curtos… As pessoas não têm paciência pra ver coisa longa, Eu passo madrugadas inteiras consumido o TikTok”, analisa.
“Com o TikTok é possível alcançar um perfil de público mais jovem numa rede social que permite a eles expressarem toda a sua criatividade e suas paixões, imprimindo um DNA menos informativo, polêmico e estético. É voltado para o entretenimento rápido”, conclui Thais Cintra.
O hábito de passar longos períodos na rede encontra explicação tecnológica: o algorítimo, que define o que será entregue a cada usuário, entrega os conteúdos a um grande número de usuários. Fazendo, assim, com que vídeos viralizem com maior facilidade – diminuindo as pressões sociais por likes e views, por exemplo.
Tecnologicamente, o TikTok permite que um vídeo postado seja visto por todos os usuários, não somente por seguidores – numa mistura de Stories (conteúdo curto) e YouTube (ao alcance de quem acessa à plataforma).
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