Os casos de dengue aumentaram em mais de um mil em Sorocaba em 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Segundo dados da Prefeitura, de janeiro a dezembro do ano passado a cidade registrou no total 1.076 casos contra 46 em 2018. E em 2020, até ontem, foram registrados dois casos importados da doença.
Por conta da possibilidade de uma nova epidemia de dengue em Sorocaba este ano, além da atual circulação do sorotipo 2 da doença na cidade, a Secretaria da Saúde (SES) contratou um terceiro veículo para intensificar as atividades de combate ao mosquito transmissor, desde o segundo semestre de 2019. No ano passado, a região mais afetada foi a zona norte, com destaque para o bairro Nova Sorocaba.
De acordo com os dados da SES, dos 1.076 casos de dengue registrados na cidade no ano passado, 915 são autóctones, 109 importados e 52 indeterminados.
Além disso, também foram registrados 88 casos de chikungunya (78 autóctones, 5 importados e 5 indeterminados), um caso importado de febre amarela e nenhum de zika. Em 2018, dos 46 casos de dengue 40 foram autóctones e 6 importados. Além de 61 casos de chikungunya (58 autóctones e 3 importados), cinco importados de febre amarela e novamente nenhum de zika.
Por conta do atual período chuvoso, a preocupação com o aumento dos casos da doença ao longo de 2020 já mobiliza a Prefeitura de Sorocaba. De janeiro a dezembro de 2019, a Divisão de Zoonoses removeu 585.352 kg de criadouros do Aedes aegypti.
O trabalho de prevenção e controle do mosquito e das doenças por ele transmitidas (dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana), acontece por meio do serviço de “arrastão” e conta com caminhões trabalhando de segunda a sábado.
O “arrastão” é a coleta e remoção massiva de recipientes com o objetivo de diminuir a infestação do mosquito, através do “sequestro de ovos” fixos às paredes dos mesmos e a retirada de criadouros com larvas, evitando a presença de materiais passíveis de se tornarem criadouros do Aedes.
Essa atividade tem boa aceitação pela população, que remove de imediato os criadouros e elimina os ovos, larvas e potenciais criadouros das áreas.
A Secretaria da Saúde iniciou nesta segunda-feira (6) o trabalho para a realização da avaliação de densidade larvaria. O resultado sairá provavelmente no final deste mês.
A SES informa que denúncias de criadouros do Aedes aegypti devem ser feitas por meio do canal 156 ou pelo site da Prefeitura: http://www.sorocaba.sp.gov.br/atendimento; ou ainda em uma das Casas do Cidadão. Também é possível registrar a ocorrência pelo WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município através do número (15) 99129-2426, das 8h às 17h. Em seguida, uma equipe técnica vai ao local e faz a inspeção da área para tomar as devidas providências. (Ana Cláudia Martins)
Zoonoses visitou mais de 550 imóveis no ano passado
Outro trabalho de combate é a visita casa a casa. Agentes vão até os imóveis vistoriar os espaços e promovem a conscientização e orientação da população, além da busca ativa de novos pacientes que apresentem sintomas. Em 2019, 551.138 imóveis foram visitados pelos agentes da Zoonoses.
Quando constatado um caso positivo, a Zoonoses realiza a “nebulização” na localidade, para que se possa diminuir a infestação dos mosquitos adultos, possivelmente infectados nestas áreas de transmissão. O uso do veneno deve ser com critério técnico para se evitar danos ao meio ambiente e resistência do Aedes aegypti ao princípio ativo. Em 2019, 30.374 imóveis foram nebulizados.
Durante o 1º semestre de 2019 também foi realizada a “nebulização veicular” nos locais com aglomerados de casos. O trabalho consiste na aplicação de veneno por meio de máquina embarcada em caminhonete, antigamente conhecida como “fumacê”.
Os bairros que receberam este tipo de nebulização foram o Central Parque; Nova Sorocaba; Jd. Los Ângeles; Jd. Edgard Marques; Nova Esperança, Altos do Itavuvu e Éden. Atualmente, este serviço não está sendo feito em Sorocaba, pois a cidade aguarda a normalização do repasse do inseticida por parte do Ministério da Saúde.
Pontos estratégicos
Segundo a SES, locais com presença de recipientes que possam acumular água parada e gerar proliferação de mosquitos, como borracharias e locais que armazenam materiais recicláveis, são definidos como “Pontos Estratégicos”.
Os agentes vistoriam constantemente esses lugares. Foram realizadas 2.557 visitas nesses nos “Pontos Estratégicos” e “Imóveis Especiais”. São locais com grande circulação de pessoas como escolas, indústrias, hospitais, supermercados, nos quais são realizadas vistorias e realização de orientações, remoção de criadouros e tratamento químico, quando necessário.
Além destas atividades recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúde, Sorocaba realiza o atendimento de denúncias provenientes dos munícipes. Até agora foram atendidas 9.549 ocorrências relacionadas ao Aedes aegypti através das equipes de denúncias. Também foram emitidas 1.134 notificações para adequação de irregularidades aos responsáveis pelos imóveis e 144 multas aplicadas. (Ana Cláudia Martins)
População deve ajudar na eliminação dos criadouros
A população de Sorocaba deve colaborar no combate à transmissão da dengue e outras doenças provocadas pelo Aedes aegypti. Para isso, deve guardar os pneus secos em local coberto. Garrafas, frascos, potes, latas vazias e baldes descartáveis devem ser colocados no lixo ou virados e vazios de boca para baixo também em local coberto.
Manter ralos com pouco uso fechados e com uma colher de detergente ou sabão em pó. Após cada chuva ou ao lavar o quintal, repetir esse tratamento. É importante também manter as lixeiras tampadas com os sacos plásticos bem fechados.
Todos os pratos de vasos de plantas ou xaxins, dentro ou fora da casa, devem ser eliminados, pois acumulam água e são um dos criadouros preferidos do mosquito. No caso de bromélias ou outras plantas que possam acumular água, o indicado é plantar em local coberto e molhar somente a terra, pois este tipo de planta acumula água e serve de criadouro para o Aedes Aegypti.
Vasilhas de água para animais domésticos devem ser escovadas com bucha e sabão todos os dias, para eliminar os ovos do mosquito e ter a água trocada.
Além disso, as caixas d’água devem estar sempre tampadas e bem vedadas, e não se esquecer de colocar tela no buraco dos ralos do “ladrão”, pois o mosquito pode entrar por ali e colocar seus ovos dentro do reservatório, um excelente local com água limpa e parada para o vetor.
Para as bandejas de geladeiras, retirar sempre a água e escovar com água e sabão, deixando 1/4 de copo de detergente ou duas colheres de sabão em pó. Piscinas de grande e médio porte deverão ser tratadas com cloro em quantidade adequada para o tamanho.
Caso estejam vazias, colocar 1 kg de sabão em pó no ponto mais fundo, assim as larvas não sobreviverão. As piscinas para crianças deverão ser escovadas e ter sua água trocada a cada dois dias. Nas lajes, retirar a água acumulada e providenciar para que ela tenha um desnível em direção ao cano. (Ana Cláudia Martins)
O post Sorocaba teve o registro de 1.076 casos de dengue em 2019 apareceu primeiro em Jornal Cruzeiro do Sul.