Profissionais da área da saúde representam quase metade dos casos confirmados do novo coronavírus no Estado do Pará: são 42%, de acordo com o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). Em dez dias, sete médicos morreram pela doença. Falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de treinamento, contratações precárias e até o trabalho contínuo de profissionais do grupo de risco estão entre as principais reclamações.
A técnica de enfermagem Rosana Rocha, que atua no Hospital e Pronto-Socorro Mário Pinotti, afirma que a falta de equipamentos foi um fator decisivo para a contaminação dela e de outros servidores. “Somos 1.200 trabalhadores. As pessoas faziam fila no almoxarifado para pegar equipamento e não dava para todo mundo. Foi um nível de precarização muito grande”, disse. Rosana, de 53 anos, está afastada do trabalho com sintomas da Covid-19 desde a segunda-feira.
Outro problema é que servidores da saúde de Belém, que pertencem ao grupo de risco, continuam trabalhando. Além de uma técnica de enfermagem, pelo menos outros dois idosos que retornaram ao trabalho tiveram complicações: um trabalhava no setor da radiologia e morreu, e uma copeira segue internada.
O Estado do Pará afirma que 16% dos profissionais de saúde estão com Covid-19, com três óbitos confirmados, e não 42%. Sobre o retorno ao trabalho de servidores do grupo de risco, a Secretaria de Saúde do município de Belém não negou e se limitou a responder que “cumpre decreto municipal”. (Estadão Conteúdo)
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