Depois de o Sistema Penitenciário do Distrito Federal ultrapassar a marcar de mil casos confirmados do novo coronavírus entre policiais penais e detentos, além de três mortes, a Vara de Execuções Penais (VEP) realizou inspeção no Complexo Penitenciário da Papuda.
A juíza Leila Cury foi até o local a fim de verificar as condições as quais estão submetidos os internos neste período de pandemia de Covid-19.
A visita ocorreu nessa terça-feira (02/06). Com luvas, máscara e roupa de proteção, a magistrada entrou em todos os presídios, inclusive no Centro de Detenção Provisória (CDP II), onde estão os apenados com o coronavírus já diagnosticado. Ela inspecionou ainda o recebimento de cobertores e kits de higiene entregues aos internos.
A intenção da vistoria também teve como objetivo verificar se as medidas adotadas têm surtido efeito no sistema, que já tem 1.021 contaminados. Último boletim divulgado pelo Governo do Distrito Federal aponta que 786 presos foram diagnosticados com o coronavírus. Além disso, 235 agentes testaram positivo, sendo que 198 se recuperaram e um morreu.
Dos policiais penais confirmados com a doença, 13 são do Centro de Detenção Provisória (CDP), dois do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), três da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), oito da Penitenciária do Distrito Federal II (PDF II), três do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), seis da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) e dois servidores do sistema penitenciário. O policial penal falecido atuava na PDF I.
Dos servidores recuperados, 27 são do CDP, 38 do CIR, 48 da PDF I, 44 da PDF II, 16 da DPOE, 21 do CPP, um da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) e três do sistema penitenciário. Cabe destacar que todas as unidades prisionais apresentam mais policiais penais curados do que ativos para a doença.
A morte mais recente é de um homem de 40 anos que cumpria pena na PDF II. Ele não resistiu à doença e faleceu no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
De acordo com fontes ouvidas , ele se sentiu mal quando ainda estava na cela, antes do horário estipulado para o banho de sol. Chegou a ser socorrido por servidores da Gerência de Saúde da unidade prisional e logo depois foi transferido para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), mas não resistiu.
A cela que a vítima dividia com pelo menos outros 12 presos foi interditada e passará por processo de desinfecção. Os detentos que cumpriam pena no local foram submetidos a testes para detectar o novo vírus e serão isolados, caso seja necessário. Os internos que testarem negativo serão colocados em outras celas.