Os declarantes de imposto de renda de Itu possuem o maior patrimônio líquido e o maior rendimento mensal entre os 27 municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).
As informações estão no estudo que utiliza dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do IBGE, relativos a 5.570 municípios brasileiros.
O resultado desse levantamento, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi divulgado no final de agosto.
Sobre Sorocaba, a cidade aparece com o maior porcentual de declarantes, mas em patrimônio é apenas a 10ª da RMS.
De acordo com as informações, entre as pessoas que declararam imposto de renda em Itu, em 2019, a média do patrimônio líquido era de R$ 604.624,17.
Dez vezes mais
A título de comparação, é mais de dez vezes superior ao patrimônio líquido médio declarado na cidade de Tapiraí,
que neste quesito, tem o pior resultado da RMS.
Itu apresenta ainda a 5ª posição em patrimônio líquido dos declarantes entre os demais municípios do Estado de São Paulo. A cidade também tem a maior renda média mensal da RMS. O valor é de R$ 9.957,32. É mais que o
dobro da renda média mensal entre os declarantes de imposto de renda da cidade de Salto de Pirapora, que foi de R$
4.722,68, a menor da RMS.
Ainda sobre a renda, a segunda maior entre os declarantes de IRPF da região de Sorocaba foi registrada na cidade de Araçoiaba da Serra, que apresentou valor de R$ 9.453,57. Na sequência, aparece a cidade de Tietê, com renda média mensal de R$ 7.798,01.
Patrimônio e renda mensal
Itu tem entre os declarantes a 50ª maior renda mensal do Brasil, a 17ª do Estado. Ainda pelos dados da FGV, Itu tem a maior renda mensal média da população. O valor é de R$ 1.961,82. Salto tem a segunda, sendo R$ 1.747,41, e Sorocaba tem a terceira, de R$ 1.735,87. Novamente a cidade de Tapiraí figura com o pior resultado, com R$ 379,78.
Conforme o economista e professor da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de
Sorocaba (Esamc), Roque Pinto de Camargo Neto, a situação está relacionada com o tipo de economia de cada
município e não representa, necessariamente, concentração de renda.
“Os municípios rurais ou que boa parte da renda vem do campo, provavelmente tenham um índice mais alto só que
não há a realização da declaração”, diz sobre Tapiraí, por exemplo. Ele aponta ainda, sobre os dados de Itu, que os números da cidade são influenciados também pelo grande número de pessoas que trabalham na Capital e moram
na cidade.
E ainda, das pessoas que moram nos conhecidos condomínios de alto padrão do município. “Algumas pessoas podem apresentar renda muito alta, o que pode puxar tudo para cima”, diz.
Sorocaba está em 10º na RMS
Os números da FGV mostram Sorocaba com a 10ª posição com relação ao patrimônio líquido entre os declarantes na
RMS. O valor foi de R$ 234.613,72. Com relação à renda média mensal, a cidade ocupa a 5ª posição na RMS, com R$
7.431,19.
Apesar disso, a cidade tem o maior porcentual de declarantes entre as 27 cidades. Em 2019, 23,36% dos moradores de Sorocaba fizeram a declaração. Em números atuais, seriam quase 160 mil declarantes.
Para o economista, há um motivo para o retrato da participação de Sorocaba. “Isso pode estar relacionado ao fato de ser uma cidade grande. Tem maior desigualdade também. Com certeza vai ter os maiores valores, mas também tem um número muito grande com valores menores”, comenta.
Mais declarantes em Sorocaba
Ele também falou sobre o número de declarantes de Sorocaba ser o maior da RMS. “Onde há muitos funcionários públicos, por exemplo, deve haver um número maior de declarantes, porque é feito direto na fonte. Onde há empresas grandes também”, afirma. Sorocaba apresenta o maior polo industrial da RMS.
Além disso, somente de servidores públicos municipais, são mais de 10 mil. “Já nas cidades menores, há maior
chance de não realizar declaração, porque a renda pode ficar na informalidade. Esse é o caso de Tapiraí, onde há ainda muitos pequenos negócios e informais”, exemplifica.
Com relação ao ranking nacional, Sorocaba aparece na 54ª em número de declarantes de IR do País. A cidade também é a 104ª do Brasil em renda média da população. É ainda a 169ª em patrimônio líquido da população. A cidade figura apenas em 418ª em renda média dos declarantes do IR e a 637ª na questão do patrimônio líquido médio dos declarantes. (Marcel Scinocca)
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