Brasil gasta mais que países desenvolvidos com salários de servidores, diz CNI

0
494

Em uma lista de mais de 70 países, o Brasil ocupa a sexta posição entre os mais gastam com o funcionalismo público. As despesas com os servidores da União, dos estados e dos municípios equivaleram a 13,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018.

A análise foi elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e enviada para o Ministério da Economia e para autoridades do Legislativo. No ranking da CNI, o Brasil está à frente de países como Suécia (12,7%), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%). Na América Latina, os percentuais também são inferiores: Colômbia (6,4%), Peru (6,6%) e Chile (6,9%).

Em média, o gasto com trabalhadores públicos representou 9,9% do PIB entre os integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ou seja, 3,5 pontos percentuais abaixo do índice brasileiro.

De olho nesses custos, o Ministério da Economia enviou ao Congresso Nacional, no mês passado, uma proposta de reforma administrativa. O objetivo do governo é reduzir despesas e enxugar a máquina pública. Entre as principais mudanças estão a estabilidade  e os salários iniciais das carreiras.

Entre os países que superam o percentual do Brasil destacam-se Arábia Saudita (16,5%), Dinamarca (15,3%), África do Sul (14,6%) e Noruega (14,3%).

A principal explicação para o maior comprometimento do orçamento brasileiro com o funcionalismo está na vantagem salarial dos servidores em relação aos trabalhadores da iniciativa privada. A remuneração de trabalhadores do setor público federal é 67% maior, o índice mais alto, segundo estudo do Banco Mundial.

“A reforma administrativa, em tramitação no Congresso, é um caminho para reduzir e racionalizar o gasto público, a fim de melhorar a qualidade e a eficiência do atendimento prestado à população. O Estado precisa ter condições de responder pelo funcionalismo, mas também aos anseios da sociedade por serviços essenciais como saúde, educação e transporte”, defende o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Salários mais altos na União

Embora o governo federal represente apenas 10,4% do número de servidores, atualmente são cerca de 600 mil empregados ativos. Os gastos com pessoal representam 25% do total gasto com funcionalismo nos três níveis federativos, justamente porque é o que paga remunerações mais altas.

Na União, os maiores salários médios estão nos Poderes Legislativo, Ministério Público e Judiciário, que pagam valores bem acima da média do Executivo. A remuneração média de servidores federais de nível superior no Legislativo é de R$ 27,4 mil, enquanto no Executivo é de R$ 12,5 mil, de acordo com estudo do Instituto Millenium citado pela CNI.

O gasto total com servidores federais somou R$ 319,5 bilhões em 2019, dos quais 56,5% com trabalhadores ativos e 43,5% com inativos. A maior parcela da despesa com pessoal ativo é do Executivo: 75,7%, segundo o Atlas do Estado Brasileiro 2018, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O Poder Executivo concentra a maior parte dos servidores (85,2%) em âmbito federal.

 

Artigo anteriorPara João Santana, chapa “imbatível” em 2022 teria Lula como vice de Ciro
Próximo artigoHoróscopo 2020: confira a previsão de hoje (27/10) para seu signo