Com o frio voltando, a conta de luz tende a vir mais alta, principalmente pelo uso de chuveiro elétrico na potência máxima. Uma alternativa para para o banho pode ser a adoção do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) realizou um levantamento no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. O estudo indica que a adoção do GLP no aquecimento da água em um banho de 10 minutos custava R$ 1,25 em São Paulo, menor que o R$ 1,28 atribuído ao mesmo banho sob chuveiro elétrico.
Não há reajuste na tarifa da energia elétrica no estado desde agosto de 2021, por isso o valor com diferença pequena. Mas a tendência é de o GLP se mostrar mais competitivo, como é o caso no estado do Rio de Janeiro, onde o preço do banho a gás sai a R$ 0,85, economia financeira de 52,9% quando comparado ao banho a eletricidade.
A estimativa é que, em uma casa de dois integrantes, um botijão de 13 kg destinado exclusivamente para o aquecimento dure cerca dois meses. Atualmente, o preço do gás em Brasília, por exemplo, custa aproximadamente R$ 107,87. Considerando o banho de 10 minutos, com quatro banhos diários durante o período, cada dia custaria em torno de R$ 4,84.
Entretanto, considerando a tarifa de energia elétrica vigente no DF, cada banho, nas mesmas condições, usando um chuveiro de 5500W, custaria R$ 4,84 ao dia. Nesse caso, o uso do chuveiro elétrico significa uma economia de 16,5%. O valor varia de estado para estado, levando em conta que a tarifa e o preço do botijão oscila em cada Unidade Federativa.
Prós
Um fator a ser levado em consideração a favor da transição para o uso de gás é a eficiência do aquecimento, que permite o fornecimento de água quente em maior quantidade e pressão na vazão.
Outro ponto levantado é a vantagem financeira em horários de pico, quando o valor da tarifa de energia elétrica recebe um incremento. No Rio, o valor entre 18h e 20h30 chega a 74,9% a mais do valor normal. Das 18h às 21h em Brasília, sobe 71,3%. Em São Paulo, o valor chega a 90,4% entre as 17h30 até as 20h30. Nessas faixas do dia, o banho a gás é mais vantajoso, visto o consumo elétrico dos equivalentes aquecidos por eletricidade.
Segundo análise realizada pelo Sindigás em 2011, para a adoção de infraestrutura que comporte o fornecimento de GLP em botijões maiores, os custos se mostravam cerca de 40% menores que a necessária para instalar um aquecimento elétrico. Nesse estudo, considerava um investimento para um prédio de 16 andares, com quatro apartamentos por andar, cada apartamento com um banheiro, um cenário considerado pelos analistas do estudo como típico na realidade brasileira.
Para fornecimento residencial, há opções diversas do típico botijão de 13 kg. Destinados ao público doméstico, há opções de 20, 45 até 90 kg, que duram mais tempo no uso típico. Volumes maiores também são comercializados para estabelecimentos comerciais como restaurantes, hotéis e hospitais.
Contras
Por outro lado, o valor destinado para o novo investimento na adequação de uma residência, que já estava habituada apenas à eletricidade, somado ao maior custo em casos de tarifa normal no DF, pode afastar os consumidores. Adiciona-se a isso o fato de a bandeira energética brasileira ser verde no mês de maio. Nesse caso, não há cobrança de valor complementar na tarifa, pois há condições favoráveis da produção de energia. Com isso, a eletricidade está mais barata, o que afugenta o consumidor do aquecimento a gás.
Vendas de frascos menores caem
O presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, aponta a queda da procura do GLP em embalagens menores que 13 kg, mas em contrapartida nota um incremento na procura pelas quantidades maiores. “A queda da renda das famílias, em função da atual situação econômica, dificulta o acesso ao botijão de gás para segmentos sociais menos favorecidos”, comenta. Ele enfatiza que políticas públicas direcionadas às famílias de baixa renda são importantes, para garantir o acesso ao combustível essencial no dia a dia brasileiro.
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