Dizem que o amor é cego. Isso pode explicar por que é tão difícil para as pessoas que sofrem abusos identificarem que estão em um relacionamento tóxico. Muitas vezes, é apenas quando a saúde mental já está abalada que elas se dão conta da situação em que se encontram.
Por isso, saber reconhecer os sinais de um relacionamento que não é saudável é o primeiro passo para evitar problemas psicológicos e danos à saúde mental. Se qualquer tipo de violência, seja ela física, verbal, psicológica, moral, sexual ou financeira, estiver presente na relação, pode-se caracterizá-la como tóxica ou abusiva.
Impactos no emocional
De acordo com a psicóloga Natália Morandi, entre os danos causados por uma relação tóxica estão a perda da confiança, insegurança, ansiedade, quadros depressivos e queda na autoestima. Esses sintomas podem prejudicar outros tipos de relações, como as familiares, e até a vida profissional.
Natália aponta que casos de comportamentos tóxicos entre casais podem ser mais comuns do que se imagina, pois a vítima se vê envolvida emocionalmente e a capacidade de discernimento acerca da situação pode ser prejudicada.
“Exceto em situações em que há violência física, muitas vezes os sinais não são claros à vítima, principalmente no começo do namoro onde tudo parece perfeito”, justifica.
Quais são os sinais?
A psicóloga destaca que uma das principais características de um parceiro tóxico é a habilidade de manipular o outro.
“Muitas vezes, a vítima é envolvida com manifestações exageradas de afeto, mimos e gestos românticos, o que vai gerando uma dependência emocional, sentimento de culpa, confusão e incerteza em momentos que surgem situações de violência emocional”, explica Natália.
Além da manipulação, outros sinais podem ajudar a identificar uma pessoa tóxica:
1- Comunicações agressivas
A psicóloga lembra que brigas e desentendimentos podem acontecer em qualquer relacionamento, porém quando estão presentes comunicações agressivas, manipulações, controle excessivo, desconfiança e dificuldade de se responsabilizar por parte do problema, é preciso acender o sinal de alerta.
“Tais situações podem aumentar a insegurança e a ansiedade da vítima, que procurará formas de se entender, se reconciliar, e até mesmo aceitar condições em que não se sente confortável ou evitar assuntos para não gerar mais brigas”, explica.
2- Não assumir erros e responsabilidades
A psiquiatra Aline Sabino e a psicóloga Natália afirmam que um comportamento tóxico clássico é culpar o outro quando algo não vai bem.
“Para quem está iniciando um relacionamento é importante observar se a pessoa tem dificuldade de se responsabilizar pelo que faz e pedir desculpas. Além disso, é importante perceber se ela costuma depositar no outro os motivos de seu insucesso, culpando terceiros o tempo todo”, indica Natália.
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3- Isolamento e apatia
O excesso de crítica, ciúmes e controle do parceiro pode levar a vítima a se sentir intimidada e em constante alerta para evitar novos conflitos.
As especialistas explicam que, em alguns casos, a pessoa passa a evitar manter contato com seus grupos sociais e deixa de praticar atividades de lazer que antes eram importantes para o seu bem-estar. Assim, ela se isola e fica na companhia apenas do parceiro(a).
Como prevenir?
Para evitar ser vítima de uma relação tóxica, Aline recomenda ter atenção a pequenos detalhes ainda no começo da relação. São eles:
- A pessoa sutilmente critica ou demonstra não gostar dos seus amigos;
- Se mostra ciumento e/ou controlador sobre suas roupas, maquiagem, cabelo ou sobre a maneira como você fala com outras pessoas;
- Quando você quer fazer algo que gosta, a pessoa ridiculariza ou não demonstra interesse.
Natália salienta que todo relacionamento pode ter seus desafios e ajustes ao longo do tempo. No entanto, uma relação saudável deve ser leve e agradável.
“Quando os pontos negativos superam as coisas boas da vida a dois e não há apoio e respeito às individualidades do outro, deve-se redobrar a atenção. Lembrando que quando há sofrimento emocional significativo em um relacionamento amoroso, é importante buscar acompanhamento psicológico”, explica.
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