Câncer de mama: saiba qual o tratamento nas redes pública e particular

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O câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença, sendo o mais frequente entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 66 mil mulheres foram diagnosticadas com a doença em 2021, e cerca de 17 mil morreram no ano anterior, representando 25,75% dos óbitos pela condição.

Apesar de o diagnóstico de qualquer tumor ainda ser muito assustador para o paciente, quanto mais cedo se identifica a condição, maiores as chances de sobrevida. No Brasil, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou em hospitais e clínicas particulares para quem tem plano de saúde.

“As etapas do diagnóstico ao tratamento são as mesmas para a rede pública e privada, mas o que diferencia as duas é o tempo e a oportunidade de acesso aos serviços”, explica a médica oncologista Viviane Rezende de Oliveira, presidente da região do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO-DF).

Ela explica que tanto na rede privada quanto pelo SUS, a cirurgia nem sempre será a primeira intervenção para o tratamento. Em cada caso há um acompanhamento diferente, mas em algum momento a maioria das pacientes deve passar por operação, quimioterapia e radioterapia para diminuir o volume tumoral e evitar que as células voltem a se multiplicar.

Tratamento pelo SUS

O rastreamento para detecção precoce do câncer de mama começa com 50 anos. Quando há alterações, o médico solicita exames complementares, como a ecografia mamária, que irá delimitar o contorno do nódulo.

Com o resultado do exame, a paciente deve fazer uma biópsia e, caso o tumor seja maligno, um oncologista ou mastologista irá definir o planejamento terapêutico baseado no grau da doença. Nessa etapa, será definido se o tratamento irá começar com intervenção cirúrgica ou química.

A partir do diagnóstico, a pessoa é encaminhada a um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). A presidente da SBCO do DF argumenta que um dos principais problemas do sistema público ainda é a demora para conseguir marcar e fazer os procedimentos — enquanto o tempo passa, o câncer vai se desenvolvendo.

Depois da realização da cirurgia, começa uma nova fase de tratamento. Pelo SUS, o procedimento padrão é começar com a quimioterapia, mas de acordo com a médica oncologista Janyara Teixeira, da rede D’Or, a rede pública já começa a oferecer alternativas, como imunoterapia e hormonioterapia, que, conciliadas à quimio, atuam na redução de tumores maiores.

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Tratamento na rede privada

Em hospitais e clínicas particulares, os procedimentos adotados inicialmente são os mesmos. Entretanto, os exames e resultados são mais rápidos devido ao rigor dos planos de saúde com cumprimento de prazos estipulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pela maior oferta de serviços. Menos de um mês após o diagnóstico é possível realizar a cirurgia para remoção do tumor.

A médica Janyara afirma que na rede privada já são usadas drogas que permitem sobrevida maior das pacientes, especialmente quando há metástase. Remédios de imunoterapia, hormonioterapia e terapia-alvo são utilizados amplamente para quem tem plano de saúde. “São realidades diferentes. Se o medicamento já tiver sido liberado pela Anvisa, ele pode ser usado”, ela comenta.

Ela acrescenta que, além do menor tempo de espera e menos burocracias, o tratamento particular cobre medicamentos que auxiliam na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, por exemplo, melhorando a qualidade de vida da paciente. Além disso, Janyara explica que o uso de equipamentos mais novos faz com que haja menos danos em tecidos do corpo que não apresentam células cancerígenas.

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