Com menos foco em jogos, Brasil Game Show expõe mudanças no setor

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São Paulo – Principal evento do mercado de games do país, a Brasil Game Show (BGS) traz em sua primeira edição presencial desde a pandemia um reflexo das transformações da indústria que acabaram aceleradas pelo impacto da Covid-19: mais foco em produtos e o estilo de vida relacionados aos gamers, menos jogos em si.

A feira, que acontece em São Paulo até o feriado de 12 de outubro, é a maior é mais tradicional do setor. Realizado desde 2009, o evento começou no Rio de Janeiro e, três anos depois, migrou para a capital paulista. Em sua última edição antes da pandemia, em 2019, reuniu um público de 325,7 mil pessoas.

Nas marcas em exposição nos estandes da BGS, um padrão é visível: espaços nobres do evento que antes eram ocupados por gigantes do setor como Microsoft (fabricante do console Xbox), Ubisoft e Activision deram lugar a bancos, redes sociais, influenciadores e produtos “gamers” como teclados, fones de ouvido e cadeiras – estes últimos, por exemplo, correspondem a quase metade dos 400 patrocinadores da feira.

“(Essa mudança) faz parte do dia a dia do gamer, que, além de jogar, também vai usar esses produtos para ouvir música. É uma evolução natural”, explica Caio Martins, gerente de marketing para a América Latina da HyperX, marca de periféricos gamers para PC. A própria estratégia da marca é um reflexo desta mudança no setor, que, neste ano, trouxe até mesmo shows para sua programação, além da presença de influenciadores do setor.

Mudanças

Neste ano, o evento tenta mostrar força após a transformação que o setor sofreu com a pandemia de Covid-19. Beneficiado pelo isolamento social, em que mais pessoas ficaram em casa e jogaram, o setor de games saltou globalmente em receita de US$ 162,4 bilhões para 235,7 bilhões, segundo a consultoria PwC.

No entanto, a pandemia também afetou o setor como um todo em sua capacidade produtiva, sejan a distribuição de produtos como consoles e peças de PC, por conta da crise de semicondutores deflagrada com a proliferação do vírus, seja pela diminuição no lançamento de novos jogos, afetada pela mudança dos estúdios para um esquema de trabalho remoto.

Na realidade brasileira, tudo isso se soma ao aumento dos preços nos produtos de games, quase todos afetados pela subida do dólar, e a redução no poder de compra da população.

Um dos reflexos dessa mudança se dá na falta de lançamentos entre os jogos disponíveis para o público na BGS, o que costumava ser uma das principais atrações do evento em seus primeiros anos. Os destaques são Street Fighter 6, que chega em 2023, e Mario + Rabbids: Sparks of Hope, jogo da Ubisoft para o Nintendo Switch com lançamento previsto para 20 de outubro.

Nomes do setor como a Sony, fabricante do PlayStation, por exemplo, vieram para a feira apenas com títulos já lançados e disponíveis para compra.

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