Servidor suspeito de comandar esquema de “rachadinha” no DF é exonerado

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Vinculado à Secretaria de Estado de Governo como assessor especial desde 2022, Celso Francisco de Assis recebia R$ 5,3 mil de salário

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), exonerou o servidor suspeito de comandar um esquema de “rachadinha” em órgãos do Executivo local.

Celso Francisco de Assis (foto em destaque) era vinculado à Secretaria de Estado de Governo do DF (Segov) como assessor especial desde outubro de 2022. Antes, estava lotado no gabinete do vice-governador. Na última função, recebia R$ 5.325,00 de salário bruto.

Segundo as investigações, ele indicou ao menos oito pessoas para cargos comissionados — incluindo o filho dele e uma empregada doméstica.

Celso foi um dos alvos de Operação Meridio, realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na quarta (3/5). Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão no Plano Piloto, em Santa Maria e no Recanto das Emas, dentro das residências dos suspeitos, na empresa utilizada para movimentação financeira e nos órgãos em que os participantes do esquema supostamente trabalham.

Na casa do suspeito foram encontrados R$ 30 mil em espécie.

As investigações realizadas pela Delegacia de Repressão à Corrupção vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DRCOR/DECOR), com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), começaram no fim do ano passado.

O esquema

De acordo com a PCDF, o principal suspeito ocupava cargo de assessor especial e tinha influência para indicar outras interessados para cargos comissionados devido à proximidade com pessoas politicamente relevantes. Ele também teria trabalhado na campanha de alguns políticos.

O principal investigado passava instruções para que o participantes do esquema não cumprissem suas jornadas de trabalho de forma integral. Em algumas vezes, compareciam uma vez ao órgão que estavam vinculados uma vez ao mês, somente para assinar a própria folha de ponto — prática também realizada pelo assessor especial.

Na tentativa de ocultar a origem ilícita do repasse de parte dos salários dos outros investigados, o dinheiro de parte dos salários das pessoas indicadas era repassada para a conta bancária de uma empresa em nome de outras pessoas, mas que, segundo a PCDF, o principal investigado era dono de fato.

O grupo é investigado pela prática dos crimes de concussão e estelionato contra a Administração Pública lavagem de bens. Caso sejam condenados, podem pegar até 27 anos de prisão.

Outros alvos

Taynan Alencar de Assis, 20, está lotado como assessor na Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Administração do DF e recebe R$ 3.580 de salário bruto. Testemunhas relataram à PCDF que Taynan trabalha na Diretoria de Recuperação Extrajudicial e Levantamento do Crédito da Procuradoria Geral do DF (PGDF).

Patrícia Daniele Santos Alencar de Assis, 44, é proprietária da empresa que seria utilizada para receber os recursos repassados pelo esquema de “rachadinha”.

Fábio Diego Rodrigues Ferreira, 36, ocupa o cargo de assessor na Administração Regional do Lago Norte, desde 2019. Ele recebe salário bruto de R$ 2.885,00.

Robson Rodrigo Silva Rocha de Jesus, 33, fazia parte do quadro de funcionários comissionados da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus) até 14 de fevereiro deste ano. Desde então é terceirizado e exerce a função de vigilante diurno da Câmara dos Deputados.

Stephany de Jesus Lopes Rocha, 28, ocupa o cargo de assessora da Administração Regional de Sobradinho desde 2 de outubro de 2020. Antes exercia outra função no órgão, mas recebia o mesmo salário bruto de R$ 3.656,00.

Fonte: Metropoles

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