Um a cada três pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) sofre de doença cardiovascular estabelecida e nove a cada 10 têm doença cardiovascular aterosclerótica. Estas conclusões foram divulgadas na semana passada, durante o Congresso Europeu de Diabetes (EASD), por meio do estudo Capture. Conforme os organizadores do evento, trata-se da primeira pesquisa global não intervencionista a avaliar a prevalência de doença cardiovascular em quase 10 mil pessoas com DM2 em 13 países, incluindo o Brasil.
A doença cardiovascular aterosclerótica é causada pelo acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, o que estreita os vasos e resulta em redução do fluxo sanguíneo, podendo levar a eventos como ataque cardíaco e derrame.
“Os médicos precisam fazer muito mais que controlar a hemoglobina glicada: se o paciente com DM2 tem sobrepeso ou obesidade, é preciso fazê-lo perder peso, controlar os risco de infarto, de AVC, ou seja, o controle dos níveis de açúcar representa apenas uma parte do problema, que é hoje global”, explica a Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O estudo Capture indicou ainda que apenas 20% dos pacientes com DM2 e doença cardiovascular aterosclerótica estavam recebendo tratamento com medicações que têm benefício cardiovascular comprovado.
De acordo ainda com a dra. Andressa, medicamentos como liraglutida, semaglutida, empagliflozina e dapagliflozina têm mostrado nos últimos anos benefícios além da redução da hemoglobina glicada. “Estudos consistentes indicam que eles podem reduzir risco de infartos, derrames e perda de funcionamento do rim. Como a doença cardiovascular é a principal causa de morte nas pessoas com DM2, é fundamental fazer o rastreio para essas complicações e proporcionar o melhor tratamento”, finaliza a endocrinologista. (Da Redação com informações da SBEM-SP)
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