Em estudo feito na Alemanha, cachorros treinados foram capazes de identificar a presença do vírus na maioria esmagadora dos casos
Após oito dias de treinamento na Escola Superior de Medicina Veterinária de Hannover, os animais da escola de cães de serviço das Forças Armadas Alemãs foram capazes de identificar corretamente o coronavírus em 94% das 1.012 amostras de saliva ou secreção respiratória.
De acordo com a veterinária da escola de cães Esther Schalke, os cachorros são condicionados a cheirar o “odor do coronavírus” que vem das células de pessoas infectadas. O vírus em si não exala odor, mas altera o metabolismo das células humanas infectadas – o cão, então, pode sentir o cheiro das substâncias liberadas.
“Os cães podem realmente farejar pessoas com infecções e sem infecções, assim como pacientes com covid-19 assintomáticos e sintomáticos”, explicou Holger Volk, chefe da clínica da Escola Superior de Medicina Veterinária de Hannover.
O governador da Baixa Saxônia, Stephan Weil, ficou impressionado com o estudo, e pediu que mais testes sejam feitos a fim de verificar a viabilidade de que os cães farejadores sejam utilizados no dia a dia para ajudar na detecção do coronavírus em locais de grande circulação.
“É um meio muito interessante de controlar pouco a pouco as pessoas”, disse o político na quarta-feira (3/2). Para Weil, os cães poderiam ser usados em fronteiras ou em aeroportos. Mas, em grandes eventos, ele acha isso menos provável.
Cães farejadores já estão em uso em aeroportos de Helsinque (Finlândia), Santiago (Chile) e Dubai (Emirados Árabes Unidos). Eles também têm sido usados para checar os torcedores nos jogos de basquete do Miami Heat, nos Estados Unidos.