Quem matou a dona de casa Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, grávida de 4 meses, e a filha dela, Tauane Rebeca da Silva, de 14? Esta pergunta desperta angústia em familiares e amigos. Há um mês, em 9 de dezembro de 2021, elas desapareceram após passeio em um córrego no Sol Nascente.
Os corpos foram encontrados 11 dias depois em uma mata fechada. Estavam cobertos com folhas e com sinais de esfaqueamento. A família pede empenho das autoridades para que a barbárie não fique impune.
Veja imagens do enterro:

Mãe e filha foram mortas a facadas
Hugo Barreto/Metrópoles

Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
Hugo Barreto/Metrópoles

Enterro foi marcado por tristeza e revolta
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Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado
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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
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Sem respostas, a irmã de Shirlene, a cabeleireira Shirlei Vieira da Silva, 39, vive dias de tristeza. A sandália de minha sobrinha foi encontrada numa cachoeirinha logo depois do desaparecimento. Mas preferiram acreditar na hipótese de afogamento e na história da fuga. Não teve tromba d’água. Minha irmã não ia fugir. As coisas dela estavam todas em casa. A família alertou, mas não ouviram a gente”, desabafou.
Monstro
Para Shirlei, o responsável pelo crime é um monstro. “Está doendo muito. Foram três vidas. Tenho certeza que minha irmã pediu misericórdia. Pediu pela vida da filha e do bebê. Mas esse monstro não teve dó e nem piedade”.
Shirlene faria o teste para saber o sexo neném em dezembro. E a irmã estava ajudando a montar o enxovalzinho da criança. As duas tinham uma ótima relação. “Eu tenho uma filha de 1 ano, a Heloísa. Ela fez aniversário em 24 de dezembro. Não conseguimos nem comemorar”, comentou.
Shirlene vivia em uma casa perto do córrego. A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho de 2021. O local é conhecido como “Córrego da Morte”.
Sem chão
A dona de casa deixou o marido, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, de 41, e dois filhos, um rapaz de 21 anos e um garoto de 12.
Antônio não vive mais na casa. A dor impede que ele consiga dormir na residência. Visita o local apenas alguns dias por semana para alimentar os gatos e cachorros de estimação. Mas já procura um novo lar para os animais. “Me sinto no chão. Minha vida era minha família. E alegria da casa era minha filha e minha mulher. Só Deus mesmo para me confortar”, afirmou.
O pintor confia no trabalho de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Estou esperando as autoridades pegarem quem fez isso. Só assim eu terei paz. Outras famílias nadam naquele córrego, com crianças. Outras pessoas podem morrer se esse maníaco continuar solto. Esse caso precisa ter solução”, alertou.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro após saírem para banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses
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A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher
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O menino alertou o pai, que havia chegado do trabalho, de que a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva, biscoito e teria saído com a irmã para o córrego, mas não retornaram
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia
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No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas
CBMDF/Divulgação

O quarto dia de busca foi marcado por informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas
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Por conta do clima chuvoso e do local ser de difícil acesso, por diversas vezes as buscas precisaram ser interrompidas
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Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene
Igo Estrela/ Metrópoles

Após 8 dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF
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Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas
Gustavo Moreno/ Metrópoles

Em 20 de dezembro, 11 dias após o desaparecimento, a PCDF encontrou os corpos das vítimas cobertos por folhas às margens do córrego
PCDF/ Divulgação

A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho
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De acordo com a PCDF, a mochila que Shirlene levava não foi encontrada, o que pode indicar que mãe e filha foram vítimas de latrocínio
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Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF
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De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A pericia nos corpos e na área pode ajudar na identificação da autoria do crime
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Antônio busca forças para reconstruir a vida. “Estou tentando achar um novo chão, mas não está fácil”, resumiu. O pintor está preocupado com o impacto das mortes na vida do filho mais novo. O caçula não assimilou o episódio. Além de dedicar mais atenção para o menino, o pintor avalia buscar a ajuda de um médico.
Investigação em curso
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil sobre o caso. Por nota, a instituição afirmou: “A investigação segue em andamento e em sigilo para não haver prejuízo. A PCDF espera, em breve, divulgar o resultado do trabalho de investigação realizado”.
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