Os corpos foram encontrados 11 dias depois em uma mata fechada. Estavam cobertos com folhas e com sinais de esfaqueamento. A família pede empenho das autoridades para que a barbárie não fique impune.
Veja imagens do enterro:
Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
Mãe e filha foram mortas a facadas Hugo Barreto/Metrópoles
Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento Hugo Barreto/Metrópoles
Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
Enterro foi marcado por tristeza e revolta Hugo Barreto/Metrópoles
Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado Hugo Barreto/Metrópoles
Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento Hugo Barreto/Metrópoles
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Sem respostas, a irmã de Shirlene, a cabeleireira Shirlei Vieira da Silva, 39, vive dias de tristeza. A sandália de minha sobrinha foi encontrada numa cachoeirinha logo depois do desaparecimento. Mas preferiram acreditar na hipótese de afogamento e na história da fuga. Não teve tromba d’água. Minha irmã não ia fugir. As coisas dela estavam todas em casa. A família alertou, mas não ouviram a gente”, desabafou.
Monstro
Para Shirlei, o responsável pelo crime é um monstro. “Está doendo muito. Foram três vidas. Tenho certeza que minha irmã pediu misericórdia. Pediu pela vida da filha e do bebê. Mas esse monstro não teve dó e nem piedade”.
Shirlene faria o teste para saber o sexo neném em dezembro. E a irmã estava ajudando a montar o enxovalzinho da criança. As duas tinham uma ótima relação. “Eu tenho uma filha de 1 ano, a Heloísa. Ela fez aniversário em 24 de dezembro. Não conseguimos nem comemorar”, comentou.
Shirlene vivia em uma casa perto do córrego. A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho de 2021. O local é conhecido como “Córrego da Morte”.
Sem chão
A dona de casa deixou o marido, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, de 41, e dois filhos, um rapaz de 21 anos e um garoto de 12.
Antônio não vive mais na casa. A dor impede que ele consiga dormir na residência. Visita o local apenas alguns dias por semana para alimentar os gatos e cachorros de estimação. Mas já procura um novo lar para os animais. “Me sinto no chão. Minha vida era minha família. E alegria da casa era minha filha e minha mulher. Só Deus mesmo para me confortar”, afirmou.
O pintor confia no trabalho de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Estou esperando as autoridades pegarem quem fez isso. Só assim eu terei paz. Outras famílias nadam naquele córrego, com crianças. Outras pessoas podem morrer se esse maníaco continuar solto. Esse caso precisa ter solução”, alertou.
Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro após saírem para banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses Rafaela Felicciano/Metrópoles
O menino alertou o pai, que havia chegado do trabalho, de que a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva, biscoito e teria saído com a irmã para o córrego, mas não retornaram Rafaela Felicciano/Metrópoles
Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia Gustavo Moreno/ Metrópoles
No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas CBMDF/Divulgação
O quarto dia de busca foi marcado por informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas CBMDF/Divulgação
Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene Igo Estrela/ Metrópoles
Após 8 dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF Gustavo Moreno/ Metrópoles
Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas Gustavo Moreno/ Metrópoles
A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho Rafaela Felicciano/Metrópoles
De acordo com a PCDF, a mochila que Shirlene levava não foi encontrada, o que pode indicar que mãe e filha foram vítimas de latrocínio Gustavo Moreno/ Metrópoles
Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF Hugo Barreto/Metrópoles
De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A pericia nos corpos e na área pode ajudar na identificação da autoria do crime Gustavo Moreno/ Metrópoles
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Antônio busca forças para reconstruir a vida. “Estou tentando achar um novo chão, mas não está fácil”, resumiu. O pintor está preocupado com o impacto das mortes na vida do filho mais novo. O caçula não assimilou o episódio. Além de dedicar mais atenção para o menino, o pintor avalia buscar a ajuda de um médico.
Investigação em curso
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil sobre o caso. Por nota, a instituição afirmou: “A investigação segue em andamento e em sigilo para não haver prejuízo. A PCDF espera, em breve, divulgar o resultado do trabalho de investigação realizado”.
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