Jogo da Corrupção mostra como o futebol virou uma máquina de dinheiro

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Jogo da Corrupção, nova temporada da série original Amazon Prime Video El Presidente estreia nesta sexta-feira (4/11).  Inspirada nos escândalos que rodeiam a vida do ex-presidente da Fifa, João Havelange, a produção é protagonizada pelo ator português Albano Jerónimo e conta ainda com os brasileiros Eduardo Moscovis e Maria Fernanda Cândido, além do colombiano Andrés Parra, que retorna à série.

Diretor criativo, o roteirista vencedor do Oscar Armando Bó mantém o tom satírico e bem-humorado da primeira temporada – indicada ao Emmy Internacional – para relembrar um capítulo importante da cartolagem: a ascensão e queda de João Havelange, que tomou o poder da Fifa dos europeus e se manteve no controle da organização por quase três décadas.

O Metrópoles entrevistou elenco e direção para um bate-papo sobre tudo que Havelange ganhou e perdeu, roubou e apostou, e como ele transformou o jogo bonito do futebol em uma máquina de fazer dinheiro.

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Desmistificar o Fifagate, como ficou conhecido o maior escândalo de corrupção da Fifa, é a missão que levou o cineasta Armando Bó a trazer o assunto para as telas. “Tudo isso fala de uma ambição gigante, de uma construção de poder político, da construção quase que de um país, que é a Fifa. Historicamente, essa não é uma estória apenas sobre futebol, e sim sobre a manipulação do marketing político”, ressalta o diretor.

Albano Jerónimo contou ter mergulhado na biografia do dirigente durante o longo e imersivo processo de criação do cartola. “Eu gostaria que as pessoas ficassem com essa imagem mais humana do Havelange, uma pessoa palpável, que pode ser o seu comparsa ou o seu amigo. De alguém imperfeito, que tem erros, e que nessa busca de um sonho de criar uma Fifa de futuro, economicamente, como a que temos hoje, mostrasse suas fragilidades”.

Jogo da Corrupção também apresenta a íntima relação entre João Havelange e o famoso bicheiro brasileiro Castor de Andrade. Intérprete do empresário, o ator Eduardo Moscovis comemorou a participação nos novos episódios. “O Castor que eu espero que o mundo conheça a partir da minha interpretação é o cara de camadas, interessante e rico. Que causa curiosidade e repulsa, torcida ou não. Como o personagem de muitas faces que ele é”, considera.

Foto colorida da atriz Maria Fernanda Cândido ao telefone em cena da série Jogo da Corrupção - Metrópoles
Maria Fernanda Cândido vive a esposa de João Havelange e traz leveza e romance para a série Jogo da Corrupção

Para além do jogo da corrupção

Um dos artifícios de Armando Bó para lançar luz sobre a humanidade de Havelange foi apresentar aos espectadores a vida conjugal do ex-presidente. Na pele da esposa do protagonista, Maria Fernanda Cândido traz leveza e romance para Jogo da Corrupção e consegue se destacar em um papel que, à primeira vista, parece secundário.

A atriz comemora o arco da personagem que sai de um lugar de objeto, no início do filme, para um lugar de sujeito da própria história. “Isso me interessou muito. Foi algo que me moveu, me mobilizou para participar do projeto. Não sou uma pessoa tão ligada a futebol no meu dia a dia, mas essas personagens me encantaram muito”, explica.

“Eu lutei muito para que essa mulher tivesse um lugar de existência nesse universo masculino”, completa Maria Fernanda Cândido, que também destacou a parceria de Albano Jerónimo no set de gravações.

“Trabalhar com o Albano é o melhor dos mundos. Ele não trabalha com o sistema de defesa dele ligado, ele está lá, simplesmente existindo e aberto para receber o que você levar. Ter esse parceiro com essa integridade humana, fez com que pudéssemos criar e transcender”, elogia a brasileira.

Assista ao trailer:

*A repórter viajou a convite da Amazon Prime Video.

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