O livro A Não-Ilha, de Caio Cortonesi, traz uma ficção contada em realidades paralelas que servem como base para a vida de cinco protagonistas. A partir dessas narrativas, o autor propõe uma densa crítica ao Brasil, recontando a história do país com uma mitologia nova, inspirada pelas culturas ancestrais que o criaram.
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Em entrevista ao Metrópoles, o brasiliense radicado no Reino Unido revelou que desde que foi morar fora, sentiu vontade de escrever algo sobre o país.
“Apesar de querer relatar fases do Brasil que são raramente exploradas e contadas, como sou cineasta e escritor de ficção, quis explorar estas duas vertentes”, contou Caio.
Publicada pela editora Telha, a obra conta com 10 capítulos divididos, segundo o autor, em “versão realidade e versão fantasia”, que apresentam personagens intrigantes que caminham pelos dois “mundos”, chamados por Caio de: “Avatares de diferentes facetas do Brasil de hoje”.
Antologia de A Não-Ilha
Caio traz uma antologia de histórias correlatas sobre as forças que criaram o Brasil, e as violências que o moldaram no que se tornou: uma terra isolada, supersticiosa e sob a égide do medo e do autoritarismo. Morada de um povo que apagou a sua história enquanto a repete, dia após dia.
“O livro desbrava uma pequeníssima parte de um passado esquecido que, espero, ajuda a esclarecer sobre como o Brasil se tornou uma terra de tanta beleza, mas também de tanto autoritarismo e violência”, revela o autor.
Basta deitar a cabeça sobre o ombro direito para entender que a ilha desenhada na capa se trata do Brasil, tirado do contexto de continente e desconectado do mundo onde existe, perdido em uma realidade paralela. Dessa ilustração, entre outros motivos, surge o nome do livro: A Não-Ilha.
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