Central do Cerrado lança linha de produtos na maior feira da América Latina

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Buriti, pequi, jatobá e macaúba são alguns dos frutos do cerrado pouco conhecidos pelo público geral que ganha vida com o beneficiamento da Central do Cerrado. A nova linha, que beneficia mais de 50 famílias de comunidades tradicionais como quebradeiras de coco babaçu, geraizeiras, raizeiras e cerratenses, ganhou espaço na Biofach e Naturaltech — maior feira de produtos naturais da América Latina — que acontecem simultaneamente em São Paulo e recebem mais de 700 expositores do setor neste final de semana.

Um dos itens com mais destaque na nova linha é a castanha de pequi. De textura macia e sabor suave, é considerada o avelã do cerrado por chefs de cozinha. Ela é extraída pela rede Núcleo do Pequi, no norte de Minas Gerais, formada por diferentes grupos de mulheres que garantem o manejo, a torra e a textura ideal.

“A segurança alimentar também é ponto importante durante o processo: a remoção dos espinhos do fruto, a retirada da polpa e a secagem do caroço precisam cumprir um passo a passo específico, a fim de garantir um resultado perfeito”, conta Sarah Melo, secretária executiva do Núcleo do Pequi.

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Algumas das associações que produzem as castanhas, como a Assusbac, em Januária (MG), e Delícias de Salto, em Coração de Jesus (MG), foram contempladas com máquinas para cortar a castanha, em um projeto apoiado pela Central do Cerrado e WWF, num protótipo desenhado e programado em detalhes.

Essa é uma maneira de trazer retorno para as famílias agroextrativistas, que, além de adquirirem maior independência financeira, garantem cada vez mais subsídios e materiais de apoio para suas produções.

“Estar no maior evento de produtos naturais, orgânicos e sustentáveis da América Latina é muito importante para nós, já que diversas comunidades produtivas serão beneficiadas. Esse é o resultado do empenho de comunidades do cerrado brasileiro, que resistem à devastação do bioma e ao agronegócio”, diz Luis Carrazza, secretário executivo da Central do Cerrado.

O lançamento da linha de produtos produzida por famílias extrativistas do cerrado é um momento marcante. Babaçu, baru e jatobá são algumas das opções encontradas nas feiras em forma de óleos, farinhas, castanhas.

A Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (COPPALJ), uma das presentes no estande da Central, apresenta itens feitos por agroextrativistas de Esperantinópolis, no Maranhão, onde mais de 1400 famílias são diretamente beneficiadas com a cadeia de produção de coco babaçu.

Conceição de Maria Alves, diretora de comercialização da Central do Cerrado, tesoureira da COPPALJ e quebradeira de coco, explica que o evento tem grande importância. “Essa é uma forma de levar a história de milhares de mulheres adiante, garantindo a valorização e o reconhecimento de luta em um árduo trabalho”.

A Bio Brazil Fair e a Naturaltech, respectivamente as maiores feiras de produtos orgânicos e naturais da América Latina, apresentam as principais tendências e novidades do setor e servem de inspiração para os negócios que apostam no bem-estar, na qualidade de vida e na sustentabilidade como nicho de mercado.

Central do Cerrado

A Central do Cerrado é uma cooperativa que reúne diversas organizações comunitárias que desenvolvem atividades produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade do cerrado e da caatinga. ​Além disso, atua como centro de disseminação de informações, intercâmbio e apoio técnico para as comunidades na melhoria dos seus processos produtivos, organizacionais e de gestão.

“Nosso objetivo é promover a inclusão social através do fortalecimento das iniciativas produtivas comunitárias que conciliam conservação do Cerrado, geração de renda e protagonismo social”, destaca a cooperativa.

 

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