Nome de Occhi em placa provoca afastamento de sete servidores da Caixa em SC

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    Impresso na placa de inauguração de uma praça no interior de Santa Catarina, o nome do presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Gilberto Occhi, provocou o afastamento de, pelo menos, sete integrantes do alto escalão da superintendência regional da Caixa Econômica Federal (CEF).

    Na honraria, Occhi é descrito como presidente da Caixa, posto que ele de fato ocupou até março de 2018. A placa também homenageia o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

    O equívoco não passou despercebido na festa realizada pela prefeitura de Nova Veneza na última sexta-feira (14/06/2019). O primeiro movimento foi o de registro da confusão. Em seguida, um “cagueta” fez chegar à Secretaria-Geral da Presidência da República notícias do ocorrido.

    Na sequência, vieram as providências: demissões de sete chefes que ocupavam cargos de confiança na estrutura da Caixa Econômica em Santa Catarina.

    Veja:

    Reprodução
    A placa da discórdia, que motivou afastamentos na CEF

     

    Entre os afastados estavam Edson Negri, superintendentes regionais do banco no estado e Gilberto Antônio Fiorin, que ocupava àquela altura o cargo de gerente-geral da instituição em Nova Veneza. Além deles, outros cinco ocupantes de postos em destaque, como as gerências de Governo e de Habitação, e as representações de Habitação, Governo e Marketing.

    A prefeitura de Nova Veneza assumiu o erro. Disse, em ofício enviado à Caixa, ter sido um “equívoco” e que “não houve viés ideológico”. O texto afirma ainda que a placa não foi revisada pela equipe regional de marketing do banco antes da inauguração.

    “A placa foi confeccionada pela prefeitura. Informamos que foi um erro nosso e a retiramos no dia seguinte”, explicou à Grande Angular Cristiane de Oliveira Freitas, assessora de imprensa da prefeitura do município catarinense.

     

    Repercussão

    A punição imediata de ocupantes de altos postos gerou um grande desconforto entre alguns servidores e ex-servidores da Caixa Econômica, que começaram a compartilhar a história em grupos de WhatsApp.

    O atual presidente da instituição, Pedro Guimarães, adota um discurso crítico à ingerência política no banco e a favor da meritocracia. Mas a reação truculenta do comando do banco expôs o presidente da instituição à contradição entre o que se fala e aquilo que se pratica, até porque a Superintendência de Santa Catarina sempre foi uma referência de performance, conforme atestado em pesquisas qualitativas do própria Caixa.

    O caso chamou atenção da Federação Nacional das Associações de Gestores da Caixa (Fenag), que intercedeu junto à direção da Caixa. Nesta quarta-feira (19/06/2019), quatro dos sete nomes afastados foram reconduzidos aos seus postos de chefia. O gerente-geral da Caixa em Nova Veneza, Gilberto Antônio Fiorin, estaria entre eles. Mas a informação não foi confirmada pelo banco, que disse à reportagem estar apurando os fatos. 

    O assunto deve ser tratado em audiência pública com o presidente (de fato) da Caixa, Pedro Guimarães, na Câmara dos Deputados. O requerimento solicitando a convocação foi apresentado pela deputada federal Erika Kokay (PT), está aprovado e inserido na pauta.

    O outro lado

    A Caixa Econômica Federal esclareceu à coluna que apura detalhes do ocorrido. A reportagem entrou em contato com a superintendência em Santa Catarina, mas foi informada que a responsável pelo atendimento à imprensa também havia sido afastada, no mesmo contexto dos outros seis colegas que protagonizaram o episódio da placa.

    A assessoria de imprensa da Terracap informou que se trata de um “erro sobre o qual o presidente Gilberto Occhi não tem qualquer conhecimento”.

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