Estudantes do DF são premiados em festival de teatro no interior de SP

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    Foto de divulgacao
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    Estudantes do Centro Educacional 1 do Cruzeiro são premiados em um festival de teatro no interior de São Paulo. O espetáculo é uma criação coletiva inspirada em obras de importantes autores nordestinos
    Deitada de costas sobre o chão, em meio às folhas secas, a mulher grita e sente que o bebê virá. Diante dela, acocorado, seu marido estende os braços para acolher o filho. Em lugar do pequeno, porém, o que sai é um punhado de areia, que o homem vê escorrer entre os dedos. Depois, o casal se afasta: ele caminha curvado e sem vontade, enquanto ela se arrasta em direção a uma bacia, apanha um pano molhado e começa a limpar as pernas, assustada.
    A cena é forte e sintetiza o espetáculo teatral Seca, escrito e encenado pelo grupo Cutucart, composto por alunos do Centro Educacional 1 do Cruzeiro. O trabalho dos jovens, em sua maioria moradores da Cidade Estrutural, foi premiado no Festival Luz, Palco e Ação (LuPA), realizado no mês passado em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
    A peça ganhou os troféus de três das sete categorias em competição: roteiro, cenografia e ator — nesse caso, para Iuri Pereira, 18 anos. Também levaram o prêmio especial para pesquisa corporal. A atriz Bianca Oliveira, 17, foi indicada a melhor atriz, e o professor Getúlio Cruz, que coordena o Cutucart, a melhor direção. No festival, dedicado ao teatro amador, Seca concorreu com outros sete espetáculos e foi considerado o segundo melhor, atrás apenas de Pessoas ou coisas podem mudar o mundo… Mas hoje nada aconteceu, da Cia. dos Aflitos, de Belo Horizonte (MG). A ida ao LuPA foi a estreia do grupo fora do Distrito Federal. “Os prêmios falam por si. Os meninos de Brasília ganharam por total merecimento. Eles estudaram bastante, têm um trabalho anterior bem fundamentado, mostraram bastante disciplina”, avalia a organizadora do festival, Denise Ricardo.
    Embora tenha voltado à capital com um currículo mais vistoso, a turma evita o autoelogio. “A premiação foi só mais um detalhe. O que valeu foram as experiências que tivemos, as amizades que fizemos”, comenta Iuri, estudante do 3º ano. “Claro que trazer os prêmios foi bom, mas só ter ido lá, ter conhecido tanta gente boa… E nós éramos os mais novos”, orgulha-se Angela Amorim, 16 anos, do 2º ano. Em Brasília, Seca só foi apresentada três vezes: duas no teatro Conchita, da Faculdade Artes Dulcina de Moraes, e uma no Centro Cultural Rubens Valentim, do Cruzeiro. Em 2011, a intenção é levar a montagem a outros palcos da cidade. “Se Deus quiser, os prêmios do LuPA são chaves que vão nos abrir muitas portas”, espera Iuri.

    Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/10/27/interna_cidadesdf,220121/index.shtml

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