
O pintor brasiliense Marcelo Jorge passou por uma situação inusitada. Na quinta-feira (4/5), a escola de artes em que trabalha, Par de Ideias (704 Norte), havia postado uma foto sua terminando um quadro em que representa Oxum, orixá cultuada no candomblé e na umbanda, em sua página oficial do Facebook. Em instantes, a imagem foi denunciada por nudez.
Os administradores ignoraram a denúncia por se tratar de uma obra de arte, mas, no mesmo dia, o Facebook bloqueou a conta de usuário da escola – mantendo a página no ar. Irritado com a situação, o pintor, em sua página pessoal, fez uma postagem exibindo a pintura vetada.
“Trata-se de um nu artístico de uma deusa brasileira. Não havia motivos para que a rede social a tirasse do ar”, afirma o pintor, que é especializado em retratos humanos e estudou arte na Rússia.

Esta foto foi bloqueada na conta pessoal de Marcelo Jorge e na conta oficial da escola de artes Par de Ideias
No dia seguinte, o pintor descobriu que a imagem de sua pintura tinha sido novamente retirada do ar por violar as “regras da comunidade”. Ele aproveitou o momento para reclamar do ato e, logo depois, a rede social optou por retirar o texto em que alegava ter sofrido “censura”.
Desnorteado, ele fez uma nova reclamação, pedindo para que a foto voltasse ao ar. “O Facebook é um dos meios mais importantes para a divulgação do meu trabalho, e ver isso tolhido é efetivamente uma maneira de sufocar minha subsistência”, explica.
Dessa vez, a reclamação parece ter surtido efeito. Na noite do último domingo (7/5), o Facebook liberou a postagem afirmando que a foto respeita as “regras da comunidade”. A página Par de Ideias, porém, continua com o usuário bloqueado.