
“Faz barulho pra batalha aí, gente!”. Da arena ecoam os gritos e as palmas do público que exalta ou rejeita os rappers competidores.Todas as quartas-feiras no Teatro de Arena da Universidade de Brasília, a partir das 18h, a Batalha da Escada une cultura hip-hop, diversão e crítica social.
As batalhas de rimas são eventos independentes que surgem da necessidade de expressão da juventude. Compondo o movimento hip-hop, os eventos assemelham-se muito ao tradicional duelo de repentistas — característicos do Nordeste. Dois rimadores se enfrentam e o vencedor é escolhido pela plateia. A Batalha da Escada é uma das maiores do Distrito Federal, reunindo cerca de 400 pessoas na plateia,extrapolando as fronteiras da universidade.
“A gente começou com uma brincadeira entre amigos de fazer um freestyle de baixo do pé de manga. No dia, deu 10 pessoas. Na quarta seguinte, éramos 15, depois foi só crescendo”, relata Pedro Alencar, um dos idealizadores. Com dois anos de existência, o movimento busca construir um ambiente regado a trocas de conhecimento e de máximo respeito.
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As rimas, que têm como objetivo eliminar o adversário, são ousadas e problematizadoras. “Aqui é uma batalha desconstruída. Por estarmos na UnB, tanto os MCs quanto a plateia não deixam acontecer discriminações, machismo ou racismo”, conta o organizador Thales Martins. Segundo ele, se o rapper expressa alguma opressão, o público não deixa barato.
A cada noite, são 20 competidores. O prêmio, muitas vezes, é só a participação e a oportunidade de mostrar a própria arte. Rafael Montenegro, o MC Stroga, diz que a reunião de jovens para celebrar a cultura hip-hop no ambiente promove o intercâmbio de diversas realidades.
Visão feminina
Ainda com pouco espaço no rap, as meninas também marcam presença na Batalha da Escada. A estudante de serviço social Elisandra, a MC Lis, começou a rimar no início do projeto — antes, ela nunca tinha participado de um evento desse tipo. Agora, a jovem é figura assídua de competições em Goiânia, na Chapada dos Veadeiros e em São Paulo. “Rimar é muito fácil, só precisa de prática e de querer contar uma história”.