Crítica: “As Aventuras do Capitão Cueca” é ingênuo e divertido

    0
    1035
    Fox Filmes/divulgação

    Os amigos George e Haroldo são dois meninos à moda antiga. Dispensando a parafernália tecnológica que inunda o universo infantil atualmente, ambos se reúnem numa casa na árvore depois das aulas para imaginar e desenhar as próprias histórias em quadrinhos. Nesse mundo lúdico, quase em extinção, habitam os personagens da animação “As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme”, dirigido por David Soren.

    A nostalgia é parte importante dos livros da série estrelada pelo Capitão Cueca, escritos por Dav Pilkey e publicados nos Estados Unidos desde 1997. Editados no Brasil pela Cosac Naify, as publicações fizeram sucesso e conquistaram fãs infanto-juvenis.

    Esta não será uma aventura feita para revolucionar o mundo das animações, mas promete entregar alguma diversão. O filme é narrado pelo ponto de vista dos amigos inseparáveis, os garotos George e Haroldo. Como estudantes de uma escola primária, eles enfrentam o autoritarismo do diretor da instituição, o senhor Krupp — um solitário que só é feliz quando apaga o sorriso das bocas das crianças.

     

    Na tentativa de amolecer Krupp, os moleques encontram uma maneira de invocar o Capitão Cueca, um super-herói às avessas que dispensa o uso do uniforme, trajando apenas roupa íntima e uma capa improvisada.

    Andando por aí sem as calças mesmo, Cueca tem dificuldade para ser “domesticado” e compreender regras típicas de convivência social. Parte da graça do personagem é ser dono de uma ingenuidade sem igual.

    Aliás, tudo em “Capitão Cueca” traz a ideia de uma época ingênua que já acabou. O perfil do vilão também está inserido nesse quadro de desenho animado à moda antiga. O cientista maluco (tem de ser de origem alemã, claro) é o senhor Fraldinha Suja. Vítima de bullying da comunidade acadêmica, os planos dele incluem eliminar a alegria no mundo manipulando as crianças da escola.

    Descobrir uma maneira de derrotar Fraldinha Suja, se livrar da rabugice do diretor Krupp e conseguir seguir estudando na mesma turma são os dilemas de George e Haroldo. A fita dá uma amostra de diversão inocente feita na medida para agradar crianças em idade de completa inocência.

    Para adultos e adolescentes, no entanto, pode ser que tenha faltado melhores sacadas e um certo humor levemente mordaz.

     

    Avaliação: Regular

    Artigo anteriorRoteiro do Dia das Crianças: sete programas para curtir com a família
    Próximo artigoFilme de Danilo Gentili e “Capitão Cueca” estreiam no Dia das Crianças