Que Rei sou eu? Membro da Casa Real defende volta da monarquia

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    Kacio Viana/Metrópoles

    Diferente do que muitos possam imaginar, o discurso de Luiz Philippe de Orleans e Bragança, um dos representantes da deposta Casa Real brasileira, é coerente e cheio de argumentos. Um dos líderes do movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff, o cientista político afirma que após a queda da monarquia, o Brasil entrou em estado de “falência moral”.

    Seus pensamentos sobre o estado atual do país estão concentrados no livro “Por Que o Brasil é Um País Atrasado?”, lançado neste mês pela editora Novo Conceito (R$ 44,90). “Quis elucidar questões que envolvam Estado e Governo defendendo a descentralização do poder e uma agenda econômica liberal”, explica Luiz Philippe, em entrevista ao Metrópoles.

    Arte/Metrópoles

    Realeza = progresso
    Na obra, o descendente da Família Real não faz um apelo inflamado da monarquia. No entanto, acredita que o sistema de governo pode ser uma alternativa ao caos moral enfrentado pelo Brasil.

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    Entre os países citados como exemplo pelo o autor, estão Espanha, Inglaterra, Japão, Holanda e Dinamarca. Essas nações compartilham duas coisas: altos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e a monarquia parlamentarista.

    Luiz Philippe não imagina um estado absolutista, aos moldes da Idade Média, com um monarca enviado por Deus para guiar o povo. Para o pesquisador, independentemente de seu “sangue real”, um rei teria a função de guiar moralmente o Brasil, enquanto o governo seria realizado pelo parlamento.

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    Apoio popular
    Grupos no Facebook defendem fortemente a volta da monarquia e acreditam que a figura do Imperador seria a salvação do país. Agressivos e presentes em diversos debates, os apoiadores não constituem maioria entre os eleitores. Ao contrário. Dados do instituto Paraná Pesquisa, colhidos em junho de 2017, apontam que 85% dos brasileiros rejeitam esse sistema de governo.

    A monarquia, sistema que caiu em 1889 com a Proclamação da República, conta com 11% de apoio. O número, no entanto, é encarado com otimismo por Luiz Philippe. Para ele, há uma tendência de alta da monarquia dentro da sociedade.

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    O analista diz que é isento nesse debate por não estar na linha sucessória. “Meu pai renunciou antes de eu nascer”, explica.

    Ativismo
    Nas redes sociais, ele mostra interesse em questões atuais do país, com postagens defendendo mudanças na Constituição de 1988, criticando a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e lançando dúvidas sobre o voto eletrônico.

    Com 48 anos, Luiz Philippe é mestre em ciências políticas pela Universidade de Stanford (EUA) e tem experiência em bancos especializados como JP Morgan (Reino Unido) e Lazard Frères (EUA). Além disso, também é um dos cofundadores do movimento Acorda Brasil, que conta com mais de 960 mil seguidores no Facebook.

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